Marize Castro - Nasceu em Natal em 1962. É poeta, jornalista. Publicou Marrons crepons marfiins (1984), Rito (1993), Poço. Festim. Mosaico. (1996), Esperado ouro (2005).
FENECER
Feneço na ausência
dos homens cor de bronze
do prepúcio de púrpura.
Quem me lapidou
esqueceu de me tirar
o veneno.
Ateio
fogo na minha própria
teia.
Como quem preserva fortalezas
corto minhas / alheias
veias.
Feneço, infinitamente
na presença dos homens
que têm grandes pés e nenhuma fé.
Que me rasgam a carne
e me sepultam em suas glandes.
Não fosse eu
uma pessoa de múltiplos escudos
viveria a vida toda
como um único vestido
de veludo.
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Vinho
Se o queres seco
para molhar a garganta
eu o quero suave
para reinventar
essa chama
se o queres branco
para velar a virgem
eu o quero
vermelho
do porto
para aportar
as paixões
que me dividem
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