19.3.11

Dois poemas de Rizolete Fernandes

Maria Rizolete Fernandes – Caraúbas/RN, formada em Ciências Sociais pela UFRN, mora em Natal e é aposentada do serviço público estadual. Publicou os livros A história oficial omite, eu conto: mulheres em lutas no RN (Edfurn/2004), Luas Novas (Una/2006) e Canções de Abril (Una/2010).
Abaixo 2 poemas do livro Canções de Abril

Sem retorno

A quem se põe em rota cumpre ter
olhos de mapa
nos lábios um jeito de indagar
e saber
por mais árduo seja
transpor a íngreme estrada
a rude escarpa
que nada é motivo assaz
de meia volta e volver
ao ponto de partida
pelo atalho


Tecelãs

Mulheres tecem o tempo
no ir e vir outras não
atinam para a matéria
que edifica destinos

Algumas carregam mundos
no ventre de amor os nutrem
com carinhosa energia
cosem futuros em segundos

De leves, umas quase voam
voam e detestam esquemas
desembaraçam problemas
da vida as dores ecoam

Misteriosas umas vão
dormi aconchego hoje
e quem sabe acordar ontem
em atemporal solidão

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