Estátua
de Mafalda, em Buenos Aires, Argentina, é uma das atrações turísticas da
cidade. A menina continua tão atual quanto na época que foi criada, em 1964,
uma vez que persistem os mesmos hábitos e acontecimentos sociais, que
inspiravam comentários da personagem. Quino, seu criador, afirmou,
ao perguntarem a ele se não pensava em ressuscitá-la. "E
ressuscitá-la significaria que está morta, quando ninguém dúvida que está bem
viva, felizmente".
Fonte:
Prensa Latina
Quase
meio século após sua estreia, a personagem dos quadrinhos
argentinos Mafalda constata hoje que o passar dos anos está muito longe de
significar o fim das preocupações e, menos ainda, a solução para problemas
urgentes.
Risonha
e impertubável, a pequena protagonista de quadrinhos criada pelo argentino
Joaquín Salvador Lavado (Quino), observa agora o mundo de seu banco de praça,
de ferro e madeira, na esquina das ruas Defesa e Chile, a escassos metros da
antiga casa de seu criador.
Ali
permanece sentada com seu vestidinho verde limão (nos quadrinhos nem
sempre nessa cor), há mais de dois anos, quando o Programa Portas do
Bicentenário do Governo da Cidade de Buenos Aires decidiu homenagear seu pai
intelectual com uma estátua de sua mais conhecida criação.
A
uns passos dali, no edifício localizado na rua Chile 371, onde Quino deu vida
também a outros personagens do grupo (seus pais, Guille, Manolito, Liberdade,
Felipe, e Susanita,) uma placa lembra os que passam: "Aqui viveu
Mafalda".
Hoje,
a escultura de 80 centímetros de altura, feita pelo artista Pablo Irrgang em
resina e fibra de vidro reforçada, constitui um dos lugares mais fotografados
não só do velho bairro San Telmo, mas de toda a cidade, cujo bairro
Colegiales tem também uma praça com esse nome.
Esta
última foi inaugurada em 28 de novembro de 1994 depois que quatro artistas
plásticos pintaram em bancos e brinquedos desse espaço público fragmentos dos
quadrinhos que refletem toda a sabedoria da Mafalda, para muitos o ícone do
pensamento inconformado da América Latina.
A
surpreendente presença de Mafalda
Em
uma entrevista concedida a revista Viva, Quino admitiu "nem eu mesmo
sei" por que a vigência de Mafalda até os dias atuais.
Talvez, explicou, porque muitas das coisas que ela questionava continuam
sem resolver; disso não resta dúvidas.
Além
disso, porque persistem muitos dos acontecimentos e comentários que faz desde
sua primeira aparição pública, em 29 de setembro de 1964, até a segunda
metade do ano 1973 - quando deixou de se publicar - puseram na boca da menina
as inquietudes sociais e políticas de sua época.
Uma
vez, relatou o criador, perguntaram-me se não pensava em ressuscitá-la. "E
ressuscitá-la significaria que está morta, quando ninguém dúvida que está bem
viva, felizmente".
Segundo
Quino, Mafalda é para ele tão única como tentar viver de novo a alegria daquela
época que costuma trazer à memória as canções dos Beatles, cujas gravações
escuta "mais por nostalgia que por inspiração".
Em
1988, a inteligente menina esteve a ponto de converter-se no primeiro - e seguramente
único - personagem de quadrinhos a ser declarada Cidadã Ilustre da capital
argentina, mas um impedimento legal fez com que a proposta não fosse adiante.
Entre outras coisas, argumentava-se que: Mafalda segue sendo na memória
coletiva dos argentinos a menina que pergunta, a questionadora, irreverente, e
inesperada, que propôs tantas interrogações incômodas e nos fez refletir sobre
nossos hábitos, crenças, preconceitos e lugares comuns, ajudando deste modo a
construir uma sociedade melhor.
aLGUEM SABE EM QUE TEMPO ELA VIVIA?
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