Agência
Brasil
No
Dia Mundial de Luta Contra a Aids, o Ministério da Saúde lançou a campanha
nacional de combate à doença com foco nos jovens gays. No último ano, os casos
de aids entre gays e travestis de 15 a 24 anos cresceram 10,1%. Para cada 16
homossexuais nessa faixa etária com a doença, havia dez heterossexuais no ano
passado. Em 1998, essa razão era de 12 para dez.
O
ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou do lançamento da campanha, na
abertura da 14ª Conferência Nacional de Saúde. Com o slogan “A Aids Não Tem
Preconceito. Previna-se”, o governo pretende usar as redes sociais e a internet
para aproximar a campanha do público jovem, além dos tradicionais informes na
televisão e rádio, segundo Karen Bruxck coordenadora de Vigilância, Informação
e Pesquisa do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, vinculado ao
ministério.
Em
relação ao aumento de casos nesse público, o governo atribui a um descuido dos
jovens com a prevenção, relacionado ao fato de não terem vivido o início da
epidemia da aids no Brasil, quando a sobrevida das pessoas com HIV era menor e
os danos causados pela doença eram mais aparentes. De acordo com Karen Bruck, a
maioria não procura fazer a testagem “por achar que não corre risco” de
contrair a aids.
Para
o presidente da organização não governamental Grupo Pela Vidda de São Paulo,
Mário Scheffer, o governo demorou para dedicar uma campanha com enfoque nos
gays. “É um equívoco do ministério insistir na vulnerabilidade universal. A
aids é concentrada em alguns grupos, que estão mais vulneráveis”, disse.
De
acordo com ele, o governo precisa dar respostas mais consistentes para conter o
aumento de casos entre os homossexuais. Uma das sugestões é promover a ida de
agentes de saúde aos locais frequentados por esses grupos. “É chegar a essa
população sem estigmatizar”, alertou.
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