SOCIEDADE,
MEIO AMBIENTE E CIDADANIA
Por Marígia Tertuliano*
“Brasil:
sexta economia do mundo, conforme a Economist Intelligence Unit (EIU), empresa
de consultoria e pesquisa, ligada à revista The Economist”.
A
notícia que coloca o Brasil como sexta economia do mundo causa espanto e
justificativas absurdas, na tentativa de desmerecer o trabalho realizado. Em
uma época onde as economias do mundo desenvolvido estão em crise, alguns
brasileiros ainda padecem da “Síndrome do
vira-latas”, preferindo desmerecer o feito.
Frases
como: “Sexto maior PIB do mundo é pra inglês ver”; “IBGE aponta que 11,4 milhões
de brasileiros vivem em favelas”. “É a sexta economia estúpido...”, dentre
outras, estarrecem.
No
entanto, não analisam que é um momento ímpar para a América Latina, que começou
a ser estudada há alguns anos. Momento ímpar para suprir a história econômica
de dependência e servidão, desde quando o modelo de substituição de importações
foi implantado. É verdade que fazer análise econômica não é simples,
principalmente em um país onde a mídia cria chavões, a exemplo do “Milagre
Brasileiro” ou da “Década Perdida”, para enaltecer um Brasil muito mais
desigual.
O
momento é muito interessante para nossa economia, pois, hoje, nossas commodities
são valorizadas, e mais do que isso: diferentemente de outras épocas, onde
exportar era o que importava, começamos a incentivar o consumo do mercado
interno – este faz a economia girar. Hoje, vivemos a volta ao planejamento,
coisa que foi esquecida há muito tempo e que causou muitos problemas a nossa
economia.
É
importante frisar que o ganho que estamos tendo é com o crescimento. Entretanto,
é preciso que as unidades federativas pensem em estratégias de criar condições
ao desenvolvimento, pois as disparidades regionais são enormes e, se não
pensarmos nelas, estaremos fadados a perder, mais uma vez, o bonde da história.
Todo
governo quer alcançar alto nível de emprego, estabilidade de preços, equidade
de renda e crescimento econômico. Esses fatos geram números. Entretanto, é o
desenvolvimento que gera melhoria na qualidade de vida do cidadão, e isso só é
alcançado se os gestores pensarem políticas públicas e não ações de governo.
Entender a realidade local é fundamental para se chegar a esses objetivos. No
entanto, é necessário mapear as necessidades da sociedade com planejamentos sérios
que possibilitem o agregar valor à gestão municipal.
Nesse
sentido, a construção de PPAs de excelência é fundamental. Mesmo que todos
saibam disso, ainda se veem ações totalmente desfocadas das políticas propostas
e planos acéfalos, que são constituídos apenas para atender à Constituição. Sendo
assim, como seremos economia em destaque, se alguns trabalham para ampliação, e
outros para a redução?
A
frase acima: “Sexto maior PIB do mundo é pra inglês ver...”, assim como a
outra, pinçadas do twitter, e postadas por formadores de opinião, representa
bem o que quero dizer: para alguns, a lei do quanto pior melhor continua
valendo. Assim, insisto: vamos pensar um País para todos. Um País onde ter não é
“pecado”, mas que também possa ser estendido a todas as classes. Equidade de
renda é benefício, é vitória, é ganho, é direito. Salário mínimo de R$622,00
(seiscentos e vinte e dois reais) ainda é pouco para onde queremos chegar.
Todavia, já existem gestores municipais dizendo que será terrível para os municípios.
E,
aí, o que dizer das palavras do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que afirmou,
na terça-feira, 27, que, em menos de quatro anos, 2015, o Brasil será a quinta
maior economia do mundo, em termos de Produto Interno Bruto (PIB), superando a
França? Achar ruim? Espero que não. Enfim, vamos planejar melhor as contas públicas
e ajudar na melhoria de todos os índices que mapeiam o desenvolvimento.
Assim,
que venham 2012, 2013, 2014, 2015... e que possamos comemorar mais vitórias em
um País que não é pobre, mas que ainda tem muitos pobres.
*Marígia
Tertuliano é economista e professora universitária
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