Mais
de 1 bilhão de crianças no mundo vivem em áreas urbanas, mas muitas estão fora
das escolas e não têm acesso aos serviços de saneamento básico nem de saúde. As
favelas do Brasil foram citadas, por especialistas estrangeiros, como exemplos
de falta de qualidade de vida para as crianças. A solução de parte desses
problemas, segundo os peritos, está em ações políticas eficientes e na atenção
adequada para as crianças mantidas em uma situação que classificam de
invisibilidade.
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Crianças da Cidade de Deus retratam o cotidiano da favela (Foto: Tony Barros / Divulgação) |
A
conclusão está no relatório O Estado das Crianças do Mundo de 2012: Crianças no
Mundo Urbano, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Detalhes do
documento foram divulgados ontem (28), na Cidade do México, a capital mexicana.
Abid
Aslam, que participou das pesquisas para a elaboração do relatório, ressaltou
que “mais da metade da população mundial vivem em cidades e vilas”. De acordo
com ele, a solução está na “decisão política”: “[Não se pode permitir que]
determinados interesses mantenham o problema em segredo, deixando essas
crianças invisíveis. Isso é algo que precisa mudar".
Em
comunicado divulgado no site do Unicef, o pesquisador destacou que o aumento de
crianças em áreas urbanas é gerado por mudanças de hábitos. Segundo ele, antes
as famílias iam para as cidades em busca de melhores oportunidades. Mas, com o
crescimento urbano, há mais crianças nascidas nas cidades e os serviços de
saneamento e saúde, por exemplo, não acompanham esse movimento.
Aslam
deu como exemplos as favelas no Quênia e no Brasil. De acordo com ele, a
inserção dessas populações nos ambientes urbanos, sem infraestrutura adequada,
leva ao aumento da violência e à ausências de itens básicos, como água potável
e educação.
"Eles
[os moradores das favelas e outras regiões sem infraestrutura] não sabem, mas
muitas vezes, de uma semana para a outra, de um mês para o outro, de um ano
para o outro, estão vivendo cada vez com menos qualidade de vida, pois não têm
condições de ir para escola nem água potável”, disse Aslam.
Segundo
o pesquisador, "o relatório contém evidências de que quando se quer
incluir, como direito, os pobres, marginalizados e sem voz no processo
decisório, todos se beneficiam".
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