“COISAS
DA VIDA”
Por
Leide Franco* (@LeideFranco)
Mais
uma vez venho aqui falar dela. Vira e mexe é tema das minhas reflexões e
discussões. De cara, quero quebrar o pouco o encantamento contido no tópico que
predomina as questões que envolvem o ser/estar feliz. Segundo Emanuel Kant, a
felicidade é contrária a razão e vice versa. O conhecimento que temos dessa máxima
se baseia sempre nas experiências alheias, pois talvez nunca saibamos qual a
medida suficiente de felicidade que pode ser julgada e comparada como
felicidade plena.
O
homem em seu instinto guerreiro está sempre em busca de coisas que renovem a
sua crença nas metas que vão lhe trazer a tal da felicidade...
Incontrolavelmente vai cavando brechas para que nunca esteja totalmente
preenchido. Essa inquietação é adquirida através da visão competitiva do mundo.
Ensinam-nos que é preciso não parar, que a vida é um eterno ir em frente. A vida
é semear para depois colher e você só terá aquilo que plantou. Para se chegar
ao auge da felicidade é preciso ter tranquilidade plena, sorrisos ao vento,
riqueza material, filhos exemplares, esposo ou esposa ideais.
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A
felicidade não é um ideal da razão, mas sim da imaginação.
Podem
existir regras universais que pontuem os caminhos para que sejamos felizes.
Empregam que não podemos e não devemos ser tristes. Fica expressamente
proibido, como uma lei que vem comandar as nossas forças interiores. Devemos sim
ser tristes de vez em quando. É salutar!
Na
visão de Kant:
“O homem é um ser de carências na medida em que faz parte do mundo
sensível e, a este respeito, a sua razão tem certamente uma missão indeclinável
à luz da sensibilidade, que é a de se preocupar com o interesse da mesma e de
fazer para si máximas práticas, em vista da felicidade desta vida e, se possível,
também de uma vida futura”.
Do
contrário, a felicidade só pode ser entendida como algo igual a alguma coisa
palpável, existente de forma bruta, e que quando conquistada se chega ao fim.
Felicidade é igual ao prazer. Felicidade é igual ao poder. Penso que as pessoas
são infelizes por não terem o que nem sempre é possível ou preciso. São
escravas dos seus desejos.
Para
o filósofo Epicuro, que viveu de 371 a.C a 270 a.C, a felicidade era a ausência
de dor física e tranquilidade da alma.
Se
for possível resumir a felicidade, na minha singela opinião, ela começa a se
construir dentro de nós quando nos ocupamos com os nossos deveres, quando
cumprimos com as nossas responsabilidades, quando somos honestos com o próximo,
no trabalho, com o amigo, com a mãe, com o pai, com o esposo, esposa, com os
filhos. A felicidade se dá, quando, acima de tudo somos honestos conosco mesmos.
E ainda assim, a felicidade é um conceito que se explica por si mesmo,
isentando-se de se conceituar.
"Se quer viver uma vida feliz, amarre-se a uma meta, não às
pessoas, nem as coisas".
(Albert Einstein)
*Leide
Franco - Comunicadora com pretensões literárias;
Um
pouco de filosofia e reflexões cotidianas;
Um
muito de MPB
E
quase nada do que ainda quero ser.
Escreve
às segundas-feiras.
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