Integrantes
de organizações de combate ao racismo promoveram neste sábado (11) um ato
político em frente ao metrô Santa Cecília, no centro de São Paulo, e seguiram
em passeata até o bairro de Higienópolis. O protesto foi organizado pelo Comitê
contra o Genocídio da Juventude Negra, que reúne 27 organizações. Fazem parte
do comitê movimentos ligados ao combate ao racismo, à homofobia e ao machismo.
Agência
Brasil
O
coordenador do Movimento Novo Quilombo, Raça e Classe, Wilson Honório da Silva,
informou que a manifestação faz parte de uma mobilização contínua para combater
a discriminação no país. “Nós estamos aqui para dizer que o racismo está em
todos os lugares, mas nós também estamos em todos os lugares. Nós somos a
maioria da população”, disse.
A
coordenadora do Núcleo de Consciência Negra na Universidade de São Paulo (USP),
Haydee Fiorino, lembrou que para as mulheres o peso da discriminação é ainda
maior. “As mulheres negras se encontram sempre em trabalhos subalternos, sem
nenhum direito trabalhista. Ou então são vistas como a mulher do carnaval, a
mulata libidinosa, que só ganha visibilidade no carnaval e depois volta para o
seu lugar, limpando o chão”, acrescentou.
Para
colocar o combate ao preconceito na agenda da universidade e do movimento
estudantil, o núcleo quer firmar um convênio com a USP, regularizando o espaço
que o coletivo ocupa na instituição. Haydee destacou que o Núcleo de
Consciência Negra existe há 24 anos na universidade e realiza atividades
culturais, grupos de estudo e palestras.
Para
Mariana Queen, também coordenadora do núcleo, a pequena quantidade de alunos
negros na USP acaba constrangendo os que conseguem entrar na instituição. “Como
mulher negra, sofro opressão cotidianamente. Como estudante negra na USP, sendo
uma das poucas da universidade e a única da minha sala, também me sinto
oprimida”, declarou a estudante de jornalismo, que defende as cotas raciais no
vestibular.
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