A
Lei da Ficha Limpa deve voltar à pauta de julgamentos do Supremo Tribunal
Federal (STF) na próxima quarta-feira (15). Deverão ser analisadas as três
ações que tratam da validade da norma, cuja análise começou em novembro do ano
passado. O julgamento será retomado com o voto do ministro Antonio Dias
Toffoli, que interrompeu a votação com um pedido de vista em 1º de dezembro.
Agência
Brasil
Até
o momento, foram registrados dois votos favoráveis à lei. O relator, ministro
Luiz Fux, votou pela legalidade da norma, mas entendeu que alguns ajustes
precisariam ser feitos. Ele defendeu, por exemplo, que o político que
renunciasse para escapar de cassação só ficaria inelegível depois que houvesse
processo contra ele na Comissão de Ética. A mudança foi criticada pela imprensa
e pela opinião pública, que viram brechas para que políticos escapassem da
punição.
Fux
acabou voltando atrás em sua proposta quando o julgamento retornou ao plenário,
em dezembro, após pedido de vista do ministro Joaquim Barbosa, que também votou
pela constitucionalidade integral da Lei da Ficha Limpa, reforçando o discurso
da necessidade de moralização da política nacional. Mais uma vez, o julgamento
foi interrompido por um pedido de vista de
Toffoli,
que será o primeiro a votar nesta semana.
A
Lei da Ficha Limpa é resultado de um projeto de iniciativa popular que obteve
apoio de mais de 1,6 milhão de eleitores. Foi aprovada meses antes das eleições
presidenciais de 2010 para barrar candidatos com pendências na Justiça. Alguns
políticos chegaram a ter o registro negado, mas, depois, todos foram liberados.
Isso ocorreu porque, depois das eleições, os ministros do STF decidiram que a
lei só poderia ser aplicada depois de um ano em vigor, já que alterava o
processo eleitoral.
Para
evitar novas surpresas nas eleições de 2012, três entidades acionaram o STF em
relação à Lei da Ficha Limpa. A ação mais abrangente é da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB), que pede a declaração de constitucionalidade de todos os
pontos da lei. As outras ações são do PPS – que pede que a lei seja aplicada a
fatos anteriores à sua edição – e do Conselho Nacional dos Profissionais Liberais
(CNPL), que quer a anulação da regra que torna inelegível por oito anos o
profissional excluído do exercício da profissão por órgão profissional
competente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário