O
brasileiro lê em média quatro livros por ano e apenas metade da população pode
ser considerada leitora. É o que aponta a pesquisa Retratos da Leitura no
Brasil, divulgada ontem (28) pelo Instituto Pró-Livro. O estudo realizado entre
junho e julho de 2011 entrevistou mais de 5 mil pessoas em 315 municípios.
Agência
Brasil
Em
2008, o instituto divulgou pesquisa semelhante que apontava a leitura média de
4,7 livros por ano. Entretanto, a entidade não considera que houve uma queda no
índice de leitura dos brasileiros, já que a metodologia da pesquisa sofreu
pequenas alterações para torná-la mais precisa.
De
acordo com o levantamento, o Brasil tem hoje 50% de leitores ou 88,2 milhões de
pessoas. Se encaixam nessa categoria aqueles que leram pelo menos um livro nos
últimos três meses, inteiro ou em partes. Entre as mulheres, 53% são leitoras,
índice maior do que o verificado entre os entrevistados do sexo masculino
(43%).
Ao
perguntar para os entrevistados quantos livros foram lidos nos últimos três
meses, período considerado pelo estudo como de mais fácil para lembrança, a
média de exemplares foi 1,85. Desse total, 1,05 exemplar foi escolhido por
iniciativa própria e 0,81 indicados pela escola.
Entre
os estudantes, a média de livros lidos passa para 3,41 exemplares nos últimos
três meses. Os alunos leem 1,2 livro por iniciativa própria, divididos entre
literatura (0,47), Bíblia (0,15), livros religiosos (0,11) e outros gêneros
(0,47).
De
acordo com o estudo, a Bíblia aparece em primeiro lugar entre os gêneros
preferidos, seguido de livros didáticos, romances, livros religiosos, contos,
literatura infantil, entre outros.
Percentual
de brasileiros leitores é maior entre jovens e moradores de zonas urbanas
A
Pesquisa mostrou que o maior percentual de leitores na população está entre os
jovens. A renda familiar, o lugar onde se vive e a escolaridade também são
fatores que influenciam o gosto pela leitura. O estudo Retratos da Leitura no
Brasil, do Instituto Pró-Livro, identificou que 50% da população pode ser
considerada leitora. O critério é ter lido pelo menos um livro nos últimos três
meses.
“Os
leitores do Brasil são pessoas que têm acesso a bibliotecas, a livros
diversificados, que não são aqueles os comprados ou oferecidos pelas escolas.
[Os leitores] são aqueles que têm incentivo dentro de casa, dos pais e dos
familiares”, disse a presidenta do Instituto Pró-Livro, Karine Pansa.
Dos
5 anos de idade até os 24, o índice de leitores verificado na pesquisa é sempre
superior ao de não leitores. Na faixa etária de 14 a 17 anos, por exemplo,
estão 14% do total de leitores e apenas 5% dos considerados não leitores. O
quadro muda à medida que avança a idade: no grupo entre 50 e 69 anos, por
exemplo, encontram-se 23% dos não leitores e apenas 12% da população que lê.
A
zona rural concentra 66% do total de não leitores no país e as capitais, 22%. A
renda também é fator determinante no hábito da leitura. Na classe A, os
entrevistados responderam ter lido, em média, 3,6 livros nos últimos meses. Na
classe C , o índice foi 1,79 e na D/E , 0,99.
Entretanto,
o preço do livro não é apontado como um fator que dificulta a leitura. Entre as
principais razões apontadas por aqueles que não leram nenhum exemplar nos
últimos três meses, a principal é a falta de tempo, citada por 53%, seguida
pelo desinteresse, admitido por 30%. Apenas 4% dizem que não leem porque o
livro é caro e 6% porque não têm bibliotecas perto de casa.
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