Para
pesquisador, o brasileiro está abandonando a sua histórica tolerância com a
corrupção
Ivan
Marsiglia, de O Estado de S. Paulo
Nas
imagens da TV, nas denúncias dos jornais, nas conversas de rua e em
abaixo-assinados encaminhados ao Congresso Nacional, o tema da corrupção - um
velho conhecido do debate público brasileiro - ganhou mais espaço nos últimos
anos. Como você será informado na entrevista a seguir, pesquisas registram
inéditos 74% dos cidadãos a considerarem “muito grave” o problema, que
contamina amplos setores da sociedade, sem discriminação, de funcionários
públicos a empresários, passando por políticos de todas as colorações
ideológicas e até magistrados.
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Reprodução - Imagens mostram por que gasto social é pouco eficiente no País |
“Antes
tolerada na ideia do ‘rouba mas faz’, a corrupção está na ordem do dia como um
problema que a população quer ver enfrentado pelo governo, a cidadania e o
sistema político”, sustenta um dos grandes estudiosos do assunto, o cientista
político Leonardo Avritzer. Professor da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), com pós-doutorado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos
Estados Unidos, Avritzer acaba de organizar, em parceria com o também cientista
político Fernando Filgueiras, a coletânea de ensaios Corrupção e Sistema
Político no Brasil (Civilização Brasileira).
O
trabalho responde à perplexidade causada essa semana pelas cenas exibidas pelo
Fantástico no último domingo - quando um repórter se fez passar por gestor do
Hospital Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro, a combinar propinas e
manipulação de licitações com representantes de empresas do setor de saúde. Indignação
amplificada pela denúncia, feita pela reportagem do Estado, do envolvimento de
4 dos 12 desembargadores do Tribunal de Justiça do Tocantins em um esquema de
corrupção e venda de sentenças.
Leia
mais em Cenas de ilicitude explícita
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