As
cidades brasileiras não se sustentam. A maioria — 83% de 5.266 municípios, do
total de 5.565 existentes hoje no país — não consegue gerar nem 20% da receita
de seu orçamento.
Alessandra
Duarte e Carolina Benevides, O Globo
O
dado faz parte de um estudo inédito da Federação das Indústrias do Estado do
Rio (Firjan) sobre a gestão fiscal municipal, de 2006 a 2010.
Nesse
estudo, só 2% das cidades tiveram nota geral máxima — apenas 95 prefeituras têm
gestão excelente das finanças, enquanto mais da metade do total, ou 64%, está
em situação difícil ou crítica ao gerir o orçamento. A nota geral do país
também pouco melhorou: subiu só 1,9%.
A
Firjan criou um Índice de Gestão Fiscal que mede cinco itens: capacidade que o
município tem de gerar receita (arrecadação); gastos com pessoal; capacidade de
fazer investimentos; custo da dívida (o peso do pagamento de juros e
amortizações); e uso de restos a pagar (a capacidade de pagar dívidas do ano
anterior).
Esse
índice foi medido de 2006 a 2010, em 5.266 municípios (há 297 que não
entregaram dados fiscais ao Tesouro, e, por isso, não entraram na pesquisa) — e
um dos principais resultados foi a má administração municipal no item geração
de receita. Nos 4.372 (83%) municípios que não geravam nem 20% das receitas,
moravam 35,2% da população.
—
São municípios que não se sustentam. Se fossem uma empresa, seriam como uma
filial falida de uma matriz. Só 83 prefeituras, 1,6% do total, conseguem pagar
a folha de pessoal com dinheiro próprio. As outras 98,4% precisam de
transferências da União e dos estados — afirma Guilherme Mercês, gerente de
Estudos Econômicos da Firjan.
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