De
2007 a 2012, o governo baixou medidas que desoneraram as empresas em, no
mínimo, R$ 97,8 bilhões, segundo levantamento da Receita Federal obtido pelo
Estado. A cifra é o dobro do que o governo pretende gastar no Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) este ano e corresponde a quatro vezes a verba
reservada para o programa Brasil sem Miséria, prioridade da presidente Dilma
Rousseff.
Lu
Aiko Otta e Adriana Fernandes, O Estado de S. Paulo
Ainda
assim, a alta carga tributária foi a queixa mais comum entre os 28 pesos
pesados da economia que estiveram com Dilma na quinta-feira.
As
desonerações não foram adotadas como uma estratégia ou política de governo, mas
foram reações aos efeitos da crise global que deprime a economia mundial desde
meados de 2008 e afetou gravemente a competitividade da indústria brasileira.
Porém, o avanço dos importados e a tendência de desindustrialização parecem
imunes à atuação do governo.
O
ministro da Fazenda, Guido Mantega, completa seis anos no cargo na terça-feira.
Em suas primeiras entrevistas, ele já falava em desonerar a folha salarial das
empresas, medida que foi novamente prometida esta semana, durante a reunião com
a presidente Dilma.
Também
apontava o câmbio como um problema central, mas o dólar barato continua sendo a
maior dor de cabeça do setor produtivo.
"O
governo pode ter desonerado bastante, mas a carga tributária não caiu. Ao
contrário, aumentou", diz o economista Mansueto Almeida. "O custo de
produção continua alto e maluco."
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