O
Ministério Público Federal (MPF) protocolou, no dia 20 de março, na Justiça
Federal uma ação civil pública pedindo a anulação do ato secreto que
transformou estagiários da gráfica do Senado em servidores públicos federais
sem a realização de concurso público.
Mariângela
Gallucci, Estadão.com.br
A
decisão secreta da Casa foi publicada pelo Estado em reportagem de 2009.
Segundo a Procuradoria de Justiça, o ato beneficiou 76 pessoas. Além da
anulação, o MPF pede a demissão dos funcionários.
O
grupo teria sido beneficiado por meio de uma manobra autorizada pelo então
presidente do Senado, hoje deputado Mauro Benevides (PMDB-CE), no dia 1º de
novembro de 1991.
Os
estagiários – hoje alvos do MPF - foram efetivados entre 1984 e 1985. Para
autorizar a contratação sem concurso, os estagiários tiveram o vínculo
empregatício reconhecido e então foram enquadrados como ocupantes de cargos
efetivos. Além disso, uma comissão diretora alegou que a constratação aconteceu
antes da Constituição de 1988, o que permitiria as efetivações.
O
escândalo foi divulgado pelo Estado na sequência de irregularidades dos atos
secretos, utilizados pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e seus
antecessores no cargo para nomear parentes, amigos e filiados. Um dos
protagonistas dos atos secretos, o então diretor-geral Agaciel Maia, teve
participação direta no que foi chamado de "trem da alegria secreto".
Na
época, 1992, Agaciel era o diretor do Centro Gráfico. Muitos dos
"estagiários" favorecidos cresceram profissionalmente, viraram
chefes, se aposentaram ou morreram.
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