A
cerca de dois meses da entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação (Lei nº
12.527, de 18 de novembro de 2011), técnicos do Ministério do
Planejamento organizaram um mutirão para conseguir implementar as recomendações
no prazo estabelecido, 18 de maio. Segundo a coordenadora do comitê gestor
responsável pela lei no ministério, Enid Rocha, o curto prazo é um dos maiores
desafios a serem vencidos. União, estados e municípios, além dos Três Poderes
(Executivo, Legislativo e Judiciário), serão submetidos à nova lei.
Agência
Brasil
“O
principal obstáculo é o prazo para implementar tantas inovações: 180 dias é um
tempo relativamente curto para todos os procedimentos que precisam ser feitos.
Aqui [Ministério do Planejamento] fizemos mutirão, com oito subgrupos, com
várias pessoas envolvidas, cada um cuidando de um pedaço da lei", disse
Enid. Essa tem sido a prioridade no Planejamento, que é "órgão central,
cabeça de vários ministérios e acaba inspirando outras áreas”, acrescentou.
A
Lei de Acesso à Informação tem dois pilares: transparência ativa e
transparência passiva. A primeira consiste no conjunto de informações que todos
os órgãos terão que disponibilizar em suas respectivas páginas dentro do site
na internet. São dados institucionais, dos servidores, de auditorias, despesas,
ações e programas que serão concentradas no mesmo local.
Na
transparência passiva, o interessado precisa pedir os dados de que necessita ao
Serviço de Informação ao Cidadão. Os dados devem ser fornecidos em até 20 dias.
Para atender a essa demanda, os órgãos precisam criar espaços físicos para
construir o fluxo de entrada dos pedidos solicitados.
Segundo
Enid, com a implementação da lei, o cidadão terá garantia de que seus direitos
serão efetivos. “O cidadão vai ter plena certeza que seu direito constitucional
será concretizado. A maior vantagem é encontrar em um local só todas as
informações, quer seja um conjunto de informações que ativamente os órgãos vão
ofertar, quer seja, um local físico aonde a pessoa vai e é atendida com esse
prazo”, disse.
Além
disso, Enid destaca a simplificação do acesso à informação para o cidadão. “Não
precisa ter motivação, não será preciso explicar por qual motivo ele quer a
informação. É uma simplificação muito grande para o pedido de informação”,
acrescentou.
Enid
ressalta que, para a Lei de Acesso à Informação seja bem-sucedida, uma nova
cultura de linguagem simples e acessível vem sendo implantada no Ministério do
Planejamento. “Há o desafio da mudança de cultura e o da mudança de
procedimentos. Quando se escrevia uma nota técnica, ou ata de reunião, não se
tinha preocupação de que isso seria publicado. Agora precisa estar claro,
porque o cidadão pode pedir essa informação. A linguagem tem que ser mais
simples e clara.”
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