A grande surpresa das eleições presidenciais da França,
no próximo domingo, poderá vir dos jovens. Uma sondagem do instituto CSA para o
jornal “Le Monde” revelou que 42% dos entrevistados entre 18 e 24 anos estão
pendendo para os extremos. Da direita e da esquerda.
Deborah Berlinck, O Globo
Num país em que 22,4% dos jovens nesse limite de idade não
tinham emprego em novembro último — mais que o dobro da média nacional — não
fica difícil entender por que soluções que se afastam bastante do centro têm um
poder de sedução maior sobre essa fatia do eleitorado.
Sedução que, medida em números, duplicou o poder de fogo
da extrema-direita e triplicou o da extrema-esquerda menos radical nos últimos
meses entre os jovens.
Desiludidos com os grandes partidos, 26% dos entrevistados
anunciaram seu voto na louríssima Marine Le Pen, da extrema-direita, deixando
ligeiramente para trás, com 25%, o homem mais cotado para se tornar presidente
da França, o socialista François Hollande.
Progride também, segundo a mesma pesquisa, a simpatia por
outro extremo: o candidato da Frente de Esquerda, Jean-Luc Mélenchon — uma
versão “light” da extrema-esquerda. Entre o fim de 2011 e março de 2012,
Mélenchon passou de 5% para 16% na preferência dos jovens. Já Marine Le Pen
saltou de 13% para 26%.
— Para os jovens, a Frente Nacional é o voto da
contestação — afirmou Anne Muxel, do Centro de Estudos da Vida Política
Francesa (Cevipof), à rádio RMC.
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