Os
malefícios e benefícios da maconha para a saúde foram debatidos pela Comissão
de Seguridade Social da Câmara nesta quinta-feira (26). Entre os convidados,
estavam cientistas, médicos e até quem recorreu à droga para aliviar a dor de
um amigo em estado terminal.
Fonte:
Agência Câmara
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A droga pode reduzir sintomas e aliviar náuseas e falta de apetite em,pacientes com câncer |
O
assunto que divide opiniões lotou o plenário com pessoas do Movimento Pela
Vida, que vai promover uma marcha contra a maconha em junho, em São Paulo, e
pelos defensores da legalização da droga. O debate foi sugerido pelo deputado
Roberto de Lucena (PV-SP).
O
doutor em neurociências e professor de Fisiologia da Universidade de Brasília
(UnB), Renato Malcher Lopes, é coautor do livro "Maconha, Cérebro e Saúde".
Ele defendeu o uso medicinal da droga no Brasil para redução de sintomas e alívio
de náuseas e da falta de apetite em pacientes com câncer.
Lopes
destacou ainda o uso da substância no tratamento de doenças como epilepsia, mal
de Parkinson e Alzheimer. "Tem um valor terapêutico, porque o prognóstico
melhora em função do estado psicológico."
O
escritor e pesquisador Gideon dos Lakotas afirmou que nenhum cientista é contra
o uso medicinal da maconha, mas que o debate está enviesado por uma outra
causa: o uso recreativo da droga.
A
psicóloga clínica especialista em saúde mental Marisa Lobo falou sobre sua
experiência com mais de 500 pacientes e afirmou que a maconha desencadeia
surtos psicóticos em 15% a 17% dos usuários. Segundo ela, é necessário cuidado
com o discurso sobre os benefícios do uso da droga. "Há 40 anos, médicos
receitavam o cigarro para aliviar a ansiedade e o estresse”, comparou.
Segundo
a psicóloga, “não há conflito de ciências, há conflito de cientistas, por
valores pessoais. Cada um acha o que quer nessa situação. A luta aqui é por
legalização (da maconha), porque aqui ninguém é bobo."
Alívio
para a dor
A
audiência pública também contou com o depoimento emocionado da nutricionista
Helena Sampaio, que acompanhou a morte de sua irmã Ana Rosa e, quando passou
por uma situação semelhante com um amigo, aliviou o sofrimento dele com
maconha. Ela saiu às ruas para comprar.
"Depois
da minha irmã, eu me aprofundei, li muito e vi que aquilo causava benefício. E
eu vi o meu amigo, a qualidade que aquilo deu para ele foi muito grande. Meu
amigo foi me agradecendo imensamente e eu não repeti a mesma ida dolorida da
minha irmã”, disse Helena.
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