Agência Brasil
Em 2011, quando lançou o Circuito Nacional de Feiras de
Livros e assumiu o compromisso de organizar o calendário anual de eventos, a
Fundação Biblioteca Nacional identificou 100 iniciativas. A estimativa é que,
juntas, elas tenham recebido mais de 10 milhões de visitantes. O cálculo, no
entanto, não inclui os eventos pontuais de menor porte, como as visitas de
escritores a escolas, cursos e bate-papos promovidos por bibliotecas, feiras
escolares e saraus. Iniciativas que, em algumas capitais, como São Paulo,
ocorrem às dezenas, diariamente.
A meta da fundação é chegar a 150 eventos cadastrados até
2014. Embora a Biblioteca Nacional ainda não tenha concluído o calendário deste
ano, os especialistas parecem não ter dúvidas de que o número de iniciativas
aumentou. Só este mês, estão marcadas duas novas bienais (Brasília e Manaus).
“Há muita coisa acontecendo e a expectativa em relação às
primeiras bienais de Brasília e do Amazonas é muito grande", disse à
Agência Brasil a presidenta do Sindicato Nacional dos Editores de Livro (Snel),
Sônia Machado Jardim.
A Bienal do Livro e da Leitura promete levar à capital federal, a partir de
amanhã (14), 150 autores de todos os continentes, entre eles, o vencedor do
Prêmio Nobel de 1986, o nigeriano Wole Soyinka e o paquistanês Tariq Ali.
Já a Bienal do Livro Amazonas, que começa no próximo dia 27,
em Manaus, deve contar com a presença do angolano valter hugo mãe, da chilena
radicada no Brasil Carola Saavedra, e de mais 48 escritores convidados e 60
expositores.
A presidenta da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Karine
Gonçalves Pansa, garante que não apenas os números de eventos e de público têm
aumentado, como também o interesse das editoras em participar e expor seus
produtos. Karine cita uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro que
indica que 7 milhões de pessoas compram publicações durante os eventos
literários.
Somente a Bienal de São Paulo de 2010 atraiu mais de 740
mil visitantes, movimentando R$ 49,3 milhões com a venda de livros.
“Há cada vez mais eventos recebendo o apoio institucional
de prefeituras e governos estaduais. Não só nos grandes centros urbanos, mas
também em pequenas cidades do interior, que passaram a criar novos
eventos", disse a presidenta da CBL, entidade responsável pela Bienal do
Livro de São Paulo, que este ano chega a sua 22ª edição na condição de uma das
maiores vitrines literárias comerciais do mundo.
"A bienal é um evento muito grande e exige um
investimento gigantesco para o qual precisamos contar com patrocínios diretos
ou com a Lei Rouanet, que tem possibilitado a realização de vários eventos. Uma
dificuldade que sentimos é que, se por um lado há mais empresas interessadas em
patrocinar este tipo de evento, também há mais gente pedindo esses recursos. O
que obriga os organizadores a realizar algo muito mais atraente, levando mais e
melhores autores", explicou Karine.
Organizador do festival Tarrafa Literária, que este ano
chega a sua 4ª edição, em Santos (SP), José Luiz Tahan, também aponta a
necessidade da obtenção de patrocínios. Segundo ele, com esse mecanismo, o
organizador fica obrigado a oferecer algo diferenciado, mas também a cumprir
condições impostas pelo financiador.
" Em geral, as empresas dispostas a apoiar eventos
culturais são aquelas maiores, que, na maioria das vezes, não querem colocar
dinheiro em eventos sem grande repercussão", disse Tahan, contabilizando
cerca de 3 mil frequentadores durante os cinco dias da última edição do evento.
"A realização de um evento literário é sempre uma boa
notícia. As pessoas conversam e consomem literatura e, com certeza, isso
alimenta, em muita gente, a vontade de ler, mesmo entre aquelas que não têm o
hábito da leitura", destacou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário