Ativistas
dos direitos humanos e ex-perseguidos políticos da ditadura militar fizeram uma
passeata no início da noite de ontem (27) na Avenida Paulista, na região
central da cidade. Após a caminhada, eles entregaram uma carta no escritório da
Presidência da República pedindo que a presidenta Dilma Rousseff nomeie
rapidamente os sete membros que integrarão a Comissão da Verdade.
Agência
Brasil
A
lei que cria a comissão foi sancionada em novembro. Falta agora a nomeação dos
membros que serão responsáveis por investigar as violações de direitos humanos
ocorridas entre 1946 e 1988. A comissão terá dois anos para tomar depoimentos e
requisitar e analisar documentos que ajudem a esclarecer os abusos.
Membro
do Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça, José Luiz Del Roio, disse
que a urgência é importante por causa da idade avançada das pessoas que viveram
o período ditatorial – entre 1964 e 1985. “Muitos de nós, que somos
testemunhas, a idade começa a ser muito avançada. O tempo está levando muitos
de nós. Nesse sentido, a presidenta precisa se apressar, caso contrário, não
existirão testemunhas”, ressaltou.
Amelinha
Teles, que faz parte da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos
Políticos, disse que a principal preocupação é que não sejam indicados
militares para fazer parte da Comissão da Verdade. “Infelizmente, a
representação, tanto do Exército como das Forças Armadas, neste momento não tem
idoneidade, por não terem esclarecido os fatos, e por isso, não podem
participar”, declarou.
Outro
ato para pressionar pela instalação da comissão está marcado para a próxima
quarta-feira (3), na Rua Tutóia, onde funcionou o Destacamento de Operações de
Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). O local é
apontado como um dos principais centros de tortura durante o regime militar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário