A Justiça do Rio concedeu indulto e extinguiu a pena do
ex-banqueiro Salvatore Alberto Cacciola, que estava em livramento condicional
desde 23 de agosto do ano passado. Cacciola foi condenado a 13 anos de reclusão
por crimes contra o sistema financeiro.
Agência Brasil
A decisão de extinguir a pena é da juíza Roberta Barrouin
Carvalho de Souza, da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Rio.
Ela argumenta, na decisão, “que o apenado tem mais de 60 anos, completou um
terço da pena e não cometeu falta grave nos últimos 12 meses anteriores à
concessão do benefício, atendendo, assim, a todos os requisitos dispostos no
decreto [que prevê o benefício]”.
Dono do Banco Marka, Salvatore Cacciola foi preso pela
primeira vez em 2000, um ano após o escândalo da ajuda do Banco Central ao
banqueiro após a maxidesvalorização do real. Uma operação que causou prejuízo
de R$ 1,5 bilhão à autoridade monetária. Em janeiro de 1999, quando o Banco
Central elevou o teto da cotação do dólar de R$ 1,22 para R$ 1,32, o então
presidente da instituição, Francisco Lopes, disse ter emprestado o dinheiro aos
bancos Marka e FonteCindam, que estavam expostos no mercado futuro de câmbio,
para evitar uma crise sistêmica (generalizada) do sistema financeiro nacional.
Após a prisão, em 2000, Cacciola conseguiu um habeas
corpus, concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio
Mello. Aproveitando-se do benefício, fugiu para a Itália, onde tem cidadania. O
habeas corpus foi cassado pelo próprio STF, mas o ex-banqueiro não retornou ao
Brasil e passou a ser considerado foragido da Justiça brasileira.
Na Itália, o ex-banqueiro tornou-se sócio de um
confortável hotel em Roma, com diárias de até 500 euros. Em 2005, ainda
foragido, foi condenado pela Justiça Federal a 13 anos de prisão pelo crime de
peculato (desvio de dinheiro público) e gestão fraudulenta.
Em 2008, Cacciola viajou para o Principado de Mônaco, onde
foi reconhecido, preso e extraditado para o Brasil, onde cumpriu pena em um
presídio de segurança máxima no Complexo de Bangu, no Rio de Janeiro. No ano
passado, foi beneficiado com liberdade condicional e passou a cumprir a pena em
regime semiaberto.
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