Numa tentativa elogiável de preparar os múltiplos
segmentos da economia do Rio Grande do Norte, para a Copa do Mundo de 2014, foi
realizada em Natal a 13ª edição do evento “Os Motores do Desenvolvimento do Rio
Grande do Norte”, seminário realizado pela iniciativa da Tribuna do Norte,
Sistema Fiern, Sistema Fecomércio, Universidade Federal do Rio Grande do Norte
e o Governo do nosso Estado, tendo por sede a unidade do Pestana Hotel.
Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor
![]() |
Obras - Arena das Dunas |
Pela indicação proclamada pelo empresário Amaro Sales,
Presidente da Federação das Indústrias do RN, a Copa deixará três legados: o da
infraestrutura, o social e o legado das oportunidades de negócios.
Sem pretender opor qualquer obstáculo de pessimismo ao
Evento Internacional da FIFA, como cidadão, questiono a lentidão dos
procedimentos que possam garantir os anseios dos empresários e da população.
Infelizmente, este Fórum devia ter vislumbrado o Mega
Evento com mais antecedência, para ter evitado a demolição do Machadão,
porquanto plenamente viável a sua adaptação, haja vista as reconhecidas
dificuldades econômicas e financeiras do Estado do Rio Grande do Norte e,
particularmente, da cidade de Natal. Assunto encerrado por aqui, posto que o
Poema de Concreto Armado já foi demolido e a construção da Arena das Dunas
ainda não decolou para os olhos dos que passam pelo local, senão para os que
contribuíram para a nova construção, notadamente os políticos oportunistas que só
pretendem colher dividendos para as futuras campanhas, como aconteceu com o
quase trintenário projeto das ZPEs, do quase cinquentenário do projeto de
ampliação do porto de Natal, que continuam a render palanque.
Claro está que todos nós agora voltamos nossa atenção para
que efetivamente a Copa de 2014 se efetive e que deixe alguma coisa positiva
para nosso Estado, em particular para o sistema de mobilidade urbana, principal
gargalo do nosso desenvolvimento local, seja pela conservação das estradas
estaduais, vias municipais, acessos, transporte coletivo, uma vez que já
sentimos as dificuldades do descontrole do fluxo de veículos novos em relação
às vias de trânsito e estacionamentos, além dos problemas de segurança e da
rede hospitalar.
O assunto não passou despercebido no seminário, quando os
palestrantes apontavam que a indicação de Natal para sediar uma das fases da
Copa ocorreu no ano de 2009 e o andamento das obras não correspondem à
realidade almejada.
É preciso recuperar o tempo perdido. Por enquanto há
alguns projetos aprovados, faltando o dinheiro ser liberado; existem
desapropriações a serem feitas; obras estruturantes, como o Aeroporto
Internacional de São Gonçalo do Amarante carecem conclusão e, nos constrangem
os argumentos oficiais, como do Senhor Ricardo Gomyde, quando afirma “o atraso
das obras de mobilidade urbana não atrapalha a realização da Copa do Mundo de
2014”.
Mas não foi isso que se alegou para sediar a copa, mas
prometido um legado permanente para a cidade, que teria a copa como a
oportunidade de sua consecução, pois os três ou quatro jogos da copa não tem
maior interesse, pois os ingressos serão dirigidos para os turistas, com mínima
oportunidade para os desportistas do Rio Grande do Norte.
Nosso lucro desse Evento é o que ficar como legado. São
soluções para a drenagem das águas pluviais, a mobilidade urbana através de
novas alternativas de trânsito, conclusão do novo aeroporto, aí sim, teria
razão de ser a euforia de Amaro Sales, e garantidos o legado da infraestrutura,
o legado social e o legado das oportunidades de negócio.
Até agora só vemos “blá, blá, blá!”. ACORDEM SENHORES
EMPRESÁRIOS, estamos aí diante de dificuldades na economia, com uma seca
anunciada e o reiterado descumprimento das necessidades básicas prometidas para
o povo crédulo e sofrido desta terra potiguar. Vamos fazer o dever de casa e
arrumá-la para receber os visitantes em 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário