A Comissão da Verdade terá a missão de resgatar o
passado do país, promover a paz familiar e não será um instrumento de
revanchismo destacou ontem (11) o ministro do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilson Dipp, indicado 5ª feira
(10) pela presidenta Dilma Rousseff para compor a comissão.
Ivan Richard - Agência Brasil
O ministro ressaltou que a comissão não tem função
jurisdicional ou “perseguitória”. “A lei é muito clara. Ela diz que a comissão
tem apenas o objetivo de trazer à tona a memória, a verdade, a paz familiar
para aqueles que se sentiram violados nos seus direitos humanos”, disse.
“Então, não haverá revanchismo, [essa] não é essa a intenção da lei. Outros
países já tiveram comissão da verdade, e os direitos humanos foram valorizados
e os casos de tortura diminuíram sensivelmente”, ponderou Dipp.
Para o ministro, a comissão será um instrumento que
ajudará o Brasil a se consolidar como Estado Democrático de Direito. “A
comissão é um compromisso do Brasil com a sua historia, com seu passado, com o
esclarecimento da verdade de violações graves dos direitos humanos”, ressaltou.
“Nenhum Estado se consolida democraticamente se o seu passado não for revisto
de forma adequada”, completou.
A Comissão da Verdade será instalada na próxima
quarta-feira (16) e terá dois anos para apurar violações aos direitos humanos
ocorridas entre 1946 e 1988, período que incluem as violaçãoes cometidas desde
o governo do ex-presidente Getúlio Vargas até a promulgação da atual
Constituição Federal. Porém, não terá poder de punição. Para Dipp, apesar da
pequena estrutura da comissão e da demanda de reclamações, o prazo para os
trabalhos é satisfatório.
“Sabemos que há uma demanda reprimida de reclamações e
informações. Vai ser um trabalho incessante. Vamos nos equalizar, racionalizar
o trabalho e esses dois anos é um tempo razoável. Vamos gerir o nosso tempo e
nossas dificuldades.”
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