Por
@GustavoMaia1
No
começo da vida da empresa, é muito comum recorrer a membros da família para que
eles ajudem nas atividades do dia a dia enquanto não dá para contratar mais
pessoas.
Muitas
vezes, filhos, sobrinhos e primos tomam gosto pelo negócio e viram
profissionais de primeira.
Mas,
em outros casos, o que era provisório acaba se tornando permanente, e o parente
vai ficando, mesmo que não tenha um bom desempenho nem goste do que faça.
A
certa altura, a performance insatisfatória na empresa leva a conflitos que
contaminam também o clima de almoços e de festas familiares.
Para
evitar brigas, especialistas em negócios em família sugerem cinco passos que
ajudam o empresário a avaliar se é uma boa recrutar seus parentes.
1
– Estabeleça critérios para empregar familiares
Se
a empresa é formada por sócios, é essencial determinar, desde o começo, que
critérios serão usados para contratar parentes. Defina, por exemplo, quais são
as posições de entrada – geralmente são operacionais, não gerenciais – e qual é
o grau de formação e de parentesco desejado.
“Para
evitar brigas no futuro, redigimos um acordo enquanto os herdeiros ainda são
crianças. Discutimos se os genros podem trabalhar na empresa e se os filhos
começarão como trainees, por exemplo”, afirma Aline Telles Chaves, 41 anos, uma
das diretoras do grupo Ypióca, empresa familiar que tem 165 anos.
2
– Deixe claro que a empresa não é cabide de empregos
Quando
um parente vem pedir emprego a Álvaro Lopes, 85 anos, sócio do supermercado
Casa Santa Luzia (SP), ele logo o coloca para trabalhar e fica de olho no
desempenho. “Quem quer vir para cá tem de ter aptidão e amor pelo negócio,
senão dispenso rapidinho”, diz.
Hoje,
ele conta que apenas um filho, um sobrinho e uma neta estão com ele na
empresa. “Eles estudaram, tiveram outros empregos e conhecem bem o
serviço, não estão aqui por falta de opção. A empresa não é um cabide de
empregos.”
3
– Não contrate o parente-problema
Sabe
aquele primo que não para em emprego nenhum ou o filho que só apronta? Apesar
dos insistentes pedidos da família, empregá-los não é a solução para eles
entrarem na linha.
“A
empresa não é um centro de recuperação de pessoas irrecuperáveis. Os
funcionários percebem que elas têm desempenho inferior e ficam desmotivados”,
alerta o consultor Renato Bernhoeft, fundador e presidente da höft, consultoria
especializada em transição de gerações.
Se
eles forem mal na empresa, isso só vai piorar sua autoestima, o que pode levar
a mais problemas.
4
– Deixe claro que o familiar está lá por mérito
“O
pior lugar para um jovem começar a trabalhar é na empresa da família. Lá, ele
vai ter problemas com o puxa-saco e o puxa-tapete”, afirma o consultor Renato
Bernhoeft.
Por
isso, muitos empresários preferem que seus filhos estudem e trabalhem primeiro
em outro lugar, pois podem trazer experiências e visões diferentes.
Ao
mostrar como resolver problemas ou inspirar projetos inovadores, serão mais
respeitados do que se ganharem a vaga sem ter mérito.
“Aqui
não tem essa de ‘eu sou filho, eu posso’. Todos têm de estudar e se capacitar
para entrar no negócio”, afirma Aline Telles Chaves, diretora da Ypióca.
5
– Não misture as finanças da empresa com as de casa
Quando
a empresa vai bem e fatura bastante, muitos familiares tendem a vê-la como uma
boa fonte de recursos.
Alguns
passam, então, a pedir empréstimos ou usar o parentesco para convencer os
sócios a investir em suas ideias para novos negócios.
Por
isso é necessário deixar claro, desde o primeiro dia, que os lucros da empresa
são dirigidos para que ela prospere, e não uma solução para problemas de caixa
particulares.
“Familiares
e herdeiros jamais podem depender financeiramente da empresa”, avisa o
consultor Renato Berhoeft.
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