A Comissão Especial do Plano Nacional de Educação (PNE)
aprovou nesta quarta-feira, 13, em caráter conclusivo, o texto principal do
deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), que aumentou de 7,5% para 8% o porcentual do
PIB a ser investido em educação em dez anos. Só PSOL e PDT votaram contra o
relatório. Os 160 destaques feitos no texto serão analisadas no próximo dia 26.
Agência Câmara e Agência Brasil
A meta de investimento em educação é a mais polêmica do
projeto. Atualmente, o País aplica 5,1% do PIB na área. A proposta acordada com
o governo era de elevar este porcentual para 7,5%, revista hoje para 8%. Parte
dos parlamentares da comissão especial e entidades da sociedade civil, entretanto,
pressiona por um patamar de 10%. Caso haja recurso contra a decisão da
comissão, o projeto será analisado pelo Plenário da Câmara. Se não, ele segue
para o Senado.
De acordo com Vanhoni, o ganho de 0,5% representa R$ 25
bilhões a mais por ano e pode financiar um acréscimo nos valores repassados
para as creches de R$ 3,5 mil por aluno por ano para R$ 4,5 mil. Ou, então,
segundo ele, garantir a educação em tempo integral para 35 milhões de alunos da
educação básica.
Outra alteração feita pelo relator é a inclusão de mais um
artigo ao parágrafo 5.º, que trata da execução das metas do PNE. O novo texto
prevê que metade dos recursos provenientes do pré-sal, incluindo os royalties,
seja investida em educação pública nos próximos dez anos, de modo que o setor passe
a receber 10% do PIB.
“Infelizmente, essa discussão ficou muito politizada (dos
10% do PIB para educação) porque, se não, tenho certeza que à luz da razão e
dos dados técnicos nós chegaríamos a um acordo e votaríamos por unanimidade”,
disse o relator.
A solução, entretanto, foi questionada pelos deputados já
que a divisão dos royalties será definida por leis específicas. O debate será
retomado na próxima reunião da comissão. Para o deputado Paulo Rubem Santiago
(PDT-PE), o novo texto é uma “grosseira manipulação” para conseguir aprovar o
relatório de Vanhoni.
O projeto de lei tramita na Câmara desde dezembro de 2010
estabelece 20 metas educacionais que o País deverá atingir no prazo de dez
anos.
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