A Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH)
coordenará a Cúpula Mundial Green Jobs (empregos verdes) da Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que começa no
próximo dia 13. O evento é integrado à Agenda Rio+20 e Você e ocorrerá no
Planetário da Gávea, na zona sul da cidade, nos dias 14 e 15 deste mês. Para a
realização da Cúpula Mundial Green Jobs, foi firmado memorando de cooperação
com o Instituto Humanitare, responsável pela divulgação da agenda da ONU.
Alana Gandra
- Agência Brasil
Serão discutidos no encontro os conceitos de emprego verde
e carreira verde, ligados a áreas voltadas para a sustentabilidade do planeta e
das pessoas, informou à Agência Brasil a presidenta da ABRH, Leyla Nascimento.
“Não se trata mais de falar da engenharia ambiental, mas da engenharia
que não só tem que se preocupar com a especialização do meio
ambiente, mas também com que suas atividades não degradem o meio ambiente e
tenham consciência em relação a isso”.
Esses diferenciais, disse, terão de ser acrescentados a
todas as carreiras onde as pessoas passarão a desenvolver a sua profissão com
outro olhar, o olhar da economia verde. “O que posso fazer que diminua a interferência
que estamos fazendo no planeta, que diminua os riscos que o homem e a
humanidade estão trazendo com suas ações?”. A cúpula fará uma discussão sobre
os vários olhares, acrescentou.
A preocupação da ONU é que cada país implante a chamada
carreira verde, dentro de políticas normatizadas, de um plano de carreiras
reconhecido, e que as ocupações sejam renomeadas com esses novos
atributos, esclareceu. Uma pesquisa a ser divulgada durante o evento mostrará
como os países estão trabalhando dentro dessa linha. “O Brasil tem apresentado
uma proatividade grande nessa área das carreiras verdes”, comentou.
A diretora da Organização Internacional do Trabalho (OIT)
no Brasil, Laís Abramo, falará sobre as ocupações verdes e seus impactos nos
trabalhadores e no mercado de trabalho - como a economia verde vai proporcionar
melhor ambiente e melhores condições para o trabalhador de maneira geral. A
Associação Mundial de Recursos Humanos abordará o cenário internacional
relacionado aos empregos verdes. Serão temas de debate também o novo perfil dos
executivos e lideranças exigido pela economia verde, a transição para essa nova
economia e sua relação com a educação e a qualificação
profissional. “Os currículos precisam receber um redimensionamento e uma
mudança em cima disso”, disse Leyla.
Ela destacou a necessidade de as
lideranças empresariais e governamentais entenderem que ao tratar de economia
verde e trazerem isso para si, eles estão contribuindo para o resultado da
empresa, mas também do país e do planeta. “Então, não é uma mobilização do
governo. É uma mobilização da sociedade”. No caso dos recursos humanos, as
transformações que ocorrem nos ambientes corporativos estão nas mãos dos
líderes, lembrou. “A liderança é fundamental nesse momento, na economia
verde, porque são eles [os líderes] que estarão diretamente com as pessoas. Eu
costumo dizer que o líder é um educador da empresa”. Outro aspecto importante,
quando se fala em lideranças, está relacionado às questões éticas e de conduta
profissional, acrescentou a presidenta da ABRH.
A Cúpula Mundial Green Jobs será encerrada no dia 15 com a
Arena Verde, cujo objetivo é a mobilização dos jovens pós-Rio+20. A arena vai
explicar à juventude brasileira e internacional presente ao encontro o que é
economia verde, o que se espera das empresas, qual o papel hoje dessas
organizações e qual o perfil de profissionais que elas precisarão absorver
daqui para a frente.
“Os jovens precisam entender que há um adicional aí, que
vai entrar no seu currículo acadêmico, de futuro profissional, que é o dos
atributos da economia verde. A Rio+20 deverá aprofundar essa discussão".
Nenhum comentário:
Postar um comentário