A presidenta Dilma Rousseff destacou ontem (21),
perante o fórum O Que as Mulheres Querem, na Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, que o governo brasileiro vem fazendo
esforços para assegurar os direitos reprodutivos e sexuais das mulheres, como o
planejamento familiar.
Agência Brasil
“Aqui, a palavra-chave para todos é acesso, sobretudo das
mulheres. No Brasil, estamos investindo para superar dificuldades e precariedades
no acesso aos serviços públicos de saúde, com pleno exercício dos direito
sexuais e reprodutivos, inclusive o planejamento familiar, a gestação, o parto
e o puerpério, com assistência de qualidade”, disse Dilma no fórum, promovido
pela Organização das Nações Unidas - Mulheres (ONU Mulheres).
Embora a presidenta não tenha comentado a exclusão do tema
no documento final que os chefes de Estado e de Governo vão assinar ao fim da
conferência no Rio de Janeiro, a questão apareceu no plenário daquele fórum. Ao
fim do pronunciamento de Dilma, algumas participantes levantaram faixas
lembrando o tema, que foi abordado nos discursos de outras líderes que
participaram do encontro. Entre elas, a ex-primeira ministra da Irlanda Mary
Robinson, que lamentou o fato de a defesa dos direitos reprodutivos e sexuais
das mulheres não ser abordada de “forma clara” no documento final.
“É uma pena que nesse documento não haja uma referência
tão clara sobre isso. As mulheres vão ficar cientes disso”, disse, acrescentando
que ficou satisfeita com vários elementos do texto que, segundo ela, foi fruto
dos esforços das mulheres envolvidas. “Apoio e sempre vou apoiar o trabalho da
ONU Mulheres. Não deve haver um retrocesso em princípios fundamentais porque
fazer isso seria um sinal que não é necessário para as mulheres do mundo hoje”,
completou.
Durante o fórum, Dilma elogiou os esforços da
ex-presidenta do Chile e atual diretora executiva da ONU Mulheres, Michelle
Bachelet, por ter conseguido “tirar um documento entre todos os países
representados”. Ela enfatizou a importância do exercício do multilateralismo
como forma de relação entre povos, nações e governos.
“Até recentemente havia a prática do bilateralismo e de
posições hegemônicas. Exercer o multilateralismo implica levar em consideração
posições diversas das minhas ou de cada um de nós. Avanço é quando temos um
padrão mínimo construído por consenso”, ressaltou.
A presidenta foi aplaudida pelos participantes do encontro
quando defendeu que a expansão da participação das mulheres no mercado de
trabalho deve ser acompanhada pelo correspondente engajamento dos homens nas
tarefas domésticas, que configura “um trabalho invisível, mas que precisa ser
compartilhado e reconhecido, inclusive como contribuição para a economia e as
contas públicas”
Michelle Bachelet encerrou o evento ressaltando que as
mulheres enfrentam diferentes condições nos variados países, mas enfatizou que
é preciso que um novo paradigma seja construído, com a participação das
mulheres, em prol do desenvolvimento sustentável.
“As mulheres devem ser parte disso, o planeta não vai
suportar sem um novo paradigma de desenvolvimento sustentável, focado no
desenvolvimento central das pessoas, com suas diversidades, e na erradicação da
pobreza e de todo o tipo de desigualdade humana”, destacou.
Ao fim do evento, um grupo de participantes se manifestou
com palavras de ordem, dizendo: “O direito das mulheres deve ser universal”.
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