Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor
Assunto extremamente incômodo, mas iniludivelmente
presente à mesa do cidadão potiguar – o descaso governamental para com a saúde
pública.
Em que pese o preceito constitucional contido na Carta
Federal: “Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença
e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação”, temos, em verdade, um verdadeiro
caos no sistema de saúde pública no Estado do Rio Grande do Norte.
As manchetes se repetem na imprensa local e, além
fronteiras, como hoje repetidas: “Gizelda Trigueiro pede socorro”, onde os profissionais
da saúde denunciam com a forte expressão: “genocídio assistido”.
Em outro momento, os Sindicalistas pedem a interdição
completa do Hospital Walfredo Gurgel, haja vista já ter ocorrido anteriormente
o registro de um boletim de ocorrência, contrastando com a evidência de que o
nosso Estado já vive uma epidemia de dengue, superlotação do Hospital Gizelda
Trigueiro; 13.724 notificações e 31 óbitos (DN, 01/6), caderno cidades.
O médico Geraldo Ferreira diz que seus colegas de
profissão ficaram escandalizados com a situação encontrada e constataram ser o
Hospital Walfredo Gurgel “o pior hospital do país de urgência e emergência”.
Será que o nosso Rio Grande do Norte está fadado a
alimentar as manchetes nacionais com o temário negativo de corrupção, desvio de
precatórios, aumento dos casos de aides, epidemia de dengue, falta de coleta de
lixo e por aí em diante?
Mais uma vez convoco a todos para uma campanha de exigir
respeito à dignidade à pessoa humana e ao cumprimento dos preceitos da Lei
Maior, postulando junto ao Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público
ações enérgicas para o socorro imediato da população.
Estamos num ano eleitoral diferente de todos os outros,
onde o cidadão, muito mais consciente do que nas eleições anteriores, certamente
não vai admitir a demagogia dos que pretendem conseguir um mandato eletivo,
seja para o Executivo ou o Legislativo, exigindo transparência em suas
plataformas e avaliando aquelas que sejam sustentáveis para alentar, no futuro
próximo, uma melhoria da qualidade de vida do cidadão.
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