Ter um companheiro nos estágios mais avançados da vida
é fundamental, dizem médicos
Reuters – estadao.com.br/saúde
Pessoas com problemas no coração que vivem sozinhas tendem
a viver menos que aquelas com as mesmas complicações, mas que têm companheiros,
aponta um estudo conduzido por médicos da Escola de Medicina de Harvard.
Embora as razões para isso sejam desconhecidas, o doutor
Deepak Bhatt, que liderou o estudo, diz que a preocupação com a saúde e visitar
regulares ao médico estão envolvidas. "Pacientes sós têm mais dificuldade
de lembrar de tomar seus remédios e de reabastecer seus estoques. Eles também
não têm ninguém para levá-los ao médico ou chamar o socorro caso não estejam
bem", diz.
O estudo tentou englobar diversos aspectos, como sistema
imunológico enfraquecido, enfartes e isolamento. Bhatt e seus colegas, porém,
deram atenção especial às pessoas com doenças no coração ou com alto risco de
desenvolvê-las. Mais de 44 mil pessoas foram avaliadas, todas com 45 anos ou
mais e de várias nacionalidades.
Durante os quatro anos que o estudo durou, 7,7% dos
entrevistados com menos de 65 anos que viviam morreram, ante 5,7% dos que
tinham companheiros. A diferença foi menor no grupo entre 66 e 80 anos, mas
atestou a conclusão mesmo quando considerada a separação por sexo, país e
etnia.
Com os resultados, publicados nos Arquivos Internos de
Medicina dos Estados Unidos, os pesquisadores especulam que entre as pessoas
com menos de 80 anos, viver sozinho pode ter origem em desordens sociais ou
psicológicas. Em contraste a isso, idosos com mais de 80 anos tendem a ser mais
saudáveis e independentes que aqueles que êm companheiros.
Qualquer que seja a explicação, Bhatt diz que os
cardiologistas devem perguntar aos seus pacientes se eles vivem sozinhos.
"Se a resposta é sim, deve ser dado o aviso para que eles tomem seus
remédios regularmente", afirma. Ele também que aponta que os pacientes
devem estar alertas a mudanças que podem significar problemas de saúde.
Essas circunstâncias, porém, são apenas uma parte dos
fatores que influenciam na longevidade. "Outras caracterista da vida a sós
que podem aumentar o risto de doenças cardíacas têm origem social, como o
isolamento. E essas são mais difíceis de melhorar", conclui, citando um
outro estudo segundo o qual pessoas que vivem sozinhas têm mais dificuldades de
executar tarefas básicas e domésticas.
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