O sonho de se tornar jogador de futebol ou modelo
alimenta uma indústria de tráfico de pessoas que faz dos adolescentes
brasileiros as vítimas principais.
Cassio Bruno e Carolina Benevides, O Globo
A Polícia Federal já investiga 120 casos, abertos entre
2010 e 2011, que também incluem o aliciamento para prostituição, venda de
órgãos, adoção ilegal e trabalho escravo, segundo a chefe da Unidade de
Repressão ao Tráfico de Pessoas da PF, Vanessa Gonçalves Leite de Souza.
As rotas incluem os estados do Norte e do Nordeste com
destino ao Sudeste e países da Europa e do Oriente Médio. Duas comissões
parlamentares de inquérito (CPIs) abertas na Câmara e no Senado investigam o
tema.
— Nos últimos anos, a Polícia Federal instaurou inquéritos
em praticamente todos os estados.
Há inúmeras rotas internas e para o exterior. Temos rotas
internacionais com origem em Goiás, São Paulo, Rio, Rio Grande do Sul, Paraná e
Bahia, tendo como destino diversas cidades na Itália, na Suíça, em Portugal e
na Espanha. Já os estados do Norte têm como destino a região de garimpo na
Guiana e no Suriname — afirma Vanessa Souza.
Os aliciadores dos adolescentes que pretendem seguir
carreira como jogadores de futebol, por exemplo, agem com a promessa de
conseguir, em categorias de base, grandes contratos. A Secretaria Nacional de
Justiça já foi notificada sobre o problema pelos consulados do Brasil até em
países como Irã e Azerbaijão.
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