“Para nós, a parceria com o Supremo é fundamental e
tivemos a grata surpresa de saber, pelo ministro Ayres Britto, que a Lei Maria
Penha vai constar do próximo Pacto Republicano em razão de sua relevância”,
afirmou a deputada Jô Moraes, presidente da Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito (CPMI) que investiga a violência contra as mulheres, ao final da
audiência com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres
Britto, nesta segunda-feira (2).
Da Redação em Brasília do Portal Vermelho
O ministro recebeu, em audiência, integrantes da CPMI,
quando foram apresentadas ao presidente do STF as conclusões da Comissão até o
momento, especialmente com relação à falta de Varas especializadas no
atendimento às mulheres que sofrem violência.
A presidente da Comissão também destacou “a sensibilidade
do presidente do STF quando ele insistiu em que a questão cultural que envolve
a violência contra a mulher deve ser enfrentada com gestos mais importantes”. E
parabenizou o ministro pela recente decisão do Supremo sobre a aplicação da Lei
Maria da Penha, quando aprovou, por maioria de votos, que o Ministério Público
pode dar início à ação penal sem necessidade de representação da vítima.
Segundo Jô Moraes, em agosto será votado um requerimento
de prorrogação dos trabalhos da Comissão e será apresentado um relatório
preliminar, cuja cópia será entregue ao presidente Ayres Britto em uma pequena
solenidade.
Até o momento, já foram realizadas 18 audiências públicas
em Brasília e em mais sete Estados, nas quais as integrantes da Comissão ouvem
representantes do Executivo, Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública
e associações de proteção às mulheres.
Debilidades e carências
A deputada Jô Moraes afirmou que a Comissão tem percebido
alguns avanços, mas também certas debilidades. “No caso do Judiciário, estamos
sentindo a necessidade de reforçar o conteúdo da Lei Maria da Penha porque
alguns juízes ainda insistem na mediação como enfrentamento das agressões.
Temos visto ainda que, em certos tribunais, há uma precária estrutura de
servidores e varas especializadas no interior do estado”, afirmou a
parlamentar.
A relatora da CPMI, senadora Ana Rita (PT-ES), afirmou que
"as audiências públicas realizadas nos estados têm nos dado muitas
informações importantes, e entre elas está a fragilidade no atendimento à
violência contra a mulher por parte de varas especializadas. Por isso, nós
achamos por bem já trazer essas preocupações ao ministro Ayres Britto, antes
mesmo de apresentar o relatório final, para que ele possa tomar conhecimento e
tomar algumas providências”, afirmou a parlamentar.
Segundo o Mapa da Violência elaborado pelo Instituto
Sangari, o Espírito Santo ocupa o primeiro lugar no País em número de
homicídios em que as vítimas são mulheres – com 9,4 assassinatos para cada 100
mil mulheres. Em seguida vem Alagoas, com 8,3 homicídios por 100 mil mulheres,
e Paraná, com 6,3.
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