Aos 80 anos, colunista Janio de Freitas se emociona ao
receber homenagem pelo conjunto da obra; na sua visão, diários estão cometendo
suicídio ao tentar copiar a internet.
Claudio Julio Tognolli, 247
Janio de Freitas, colunista da Folha de S. Paulo, tido e
havido como o maior mito vivo do jornalismo, chorou. Com direito a plateia de
500 pessoas, e a lenço branco de cambraia – que ele, numa delicadeza de
príncipe, sacou do bolso e empurrou contra os olhos. "Vou acusá-los de
tentativa de homicídio porque vocês tentaram matar de emoção um senhor de
idade", declarou Janio.
O jornalista foi homenageado no sétimo congresso
internacional de jornalismo, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo
Investigativo, a Abraji. Janio, que este ano completa 80 anos, dividiu as
honras de homenageado com Tim Lopes, assassinado por traficantes cariocas a 2
de junho de 2002.
Janio de Freitas assinalou que "jornais só cometem o
suicídio ou por problemas na redação ou na administração, e o que tenho visto
agora é os jornais estarem perdidos porque tentam copiar a internet e acabam
perdendo a sua essência.
Os jornais devem se voltar a eles mesmos, e deixar que a
Internet, que ainda não encontrou um rosto, encontre o seu". Janio lembrou
que quando a TV surgiu massivamente, nos anos 60, a mesma postura foi adotada:
a de que eles acabariam pelo surgimento de uma nova mídia. "A
funcionalidade do jornal continua imbatível. Mas ele precisa parar de copiar a
internet."
Lei mais em Janio chora e diz que jornais estão
perdidos
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