O julgamento do mensalão, no Supremo Tribunal Federal
(STF), entra hoje (6) na fase da defesa dos réus. Os advogados terão até
uma hora para defender seus clientes. Apenas nesta segunda-feira apresentam as
defesas os advogados de José Dirceu, ex-ministro e ex-deputado, José Genoino,
atualmente assessor do Ministério da Defesa, Delúbio Soares, ex-tesoureiro do
PT, e do empresário Marcos Valério e de Simone Vasconcelos, consultora
financeira da SMPB (empresa de publicidade).
Agência Brasil
O julgamento já está atrasado. A previsão inicial era que
essa fase da defesa tivesse começado na sexta-feira (3). Dirceu será defendido
por José Luis Oliveira Lima, Genoino por Luiz Fernando Pacheco, Delúbio por
Arnaldo Malheiros Filho, e Marcos Valério e Simone por Marcelo Leonardo.
O advogado de Dirceu antecipou que a base de sua argumentação será a ausência
de provas para acusar o ex-ministro.
O ex-ministro, José Genoino e Delúbio
Soares respondem aos crimes de corrupção ativa e formação
de quadrilha. O empresário Marcos Valério responde por corrupção ativa,
formação de quadrilha, peculato, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Simone Vasconcelos foi denunciada por lavagem de dinheiro, corrupção
ativa, formação de quadrilha e evasão de divisas.
Os ministros do STF se esforçam para que o processo seja julgado
por todos, uma vez que em setembro o ministro Cezar Peluso completa 70 anos e
se aposenta da magistratura. Os advogados deverão apresentar seus argumentos
até meados do mês.
Na sexta-feira, o procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, concluiu a sustentação oral pedindo a condenação de 36 dos 38 réus. O ex-ministro da Comunicação
Social da Presidência da República Luiz Gushiken e o assessor do PL (atual PR)
Antonio Lamas foram excluídos da condenação por falta de provas.
Em cerca de cinco horas, Gurgel disse que foi ameaçado e
sofreu ataques. Fez um relato detalhado sobre o esquema do mensalão, defendeu
que a justa aplicação de penas marcará um “paradigma histórico”. A
exposição dele foi dividida em duas partes. Na primeira fase, o procurador se
dedicou à apresentação dos réus. Na segunda etapa, ele detalhou as “situações
criminosas” em que cada um réus se envolveu.
Para cada situação, Gurgel apontou um crime. Os delitos
citados na denúncia, variando conforme o reú, são formação de quadrilha (pena
de um a três anos de prisão), corrupção ativa e passiva (dois a 12 anos cada),
peculato (dois a 12 anos), evasão de divisas (dois a seis anos), gestão
fraudulenta de instituição financeira (três a 12 anos) e lavagem de dinheiro
(três a dez anos). Alguns crimes, segundo o procurador, foram cometidos várias
vezes e, por isso, alguns réus respondem a dezenas de acusações.
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