Analfabetismo funcional dos brasileiros entre 15 e 49
anos cai 13 pontos percentuais na comparação com 2001, mas dados ainda
preocupam
Fonte: Ibope
Na última década, o Brasil avançou na área da educação,
ampliando o acesso ao ensino básico e superior em todas as regiões do país,
porém os dados levantados pelo Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) entre
2001 e 2011 demonstram que a realidade ainda está longe de ser a ideal para o
pleno desenvolvimento da sociedade brasileira.
Segundo os últimos dados do Inaf, divulgados em julho de
2012, o número de analfabetos funcionais totaliza 20% dos brasileiros entre 15
e 49 anos, o que representa uma redução de 13 pontos percentuais na comparação
com o índice de 2001 (33%).
Os avanços são verificados principalmente na transição do
analfabetismo absoluto ou da alfabetização rudimentar para o nível básico de
habilidades de leitura, escrita e matemática. Desta forma, a proporção neste
último nível foi a que mais cresceu, passando de 37% para 50% da população
nesta faixa etária. Entretanto, a alfabetização plena, que supostamente
deveria ser atingida ao se completar o ensino fundamental, permaneceu em torno
dos 30% no período.
De acordo com os dados de 2011, quando comparados os
percentuais de analfabetismo funcional entre as regiões do Brasil, nota-se que
o Nordeste e o Sudeste tiveram melhorias mais significativas: de 45% para 29% e
de 32% para 14%, respectivamente. Já em relação à faixa etária, o destaque é para
aqueles entre 35 e 49 (de 46% para 30%), ainda que permaneçam como a faixa na
qual há mais analfabetos funcionais.
A baixa renda é outro fator relacionado ao grupo de
analfabetos funcionais do País. Daqueles que têm renda familiar de até um
salário mínimo 38% são considerados analfabetos funcionais, enquanto que este
número cai para 6% dentre aqueles com renda familiar superior a 5 salários
mínimos.
Já em relação à etnia, os números são mais expressivos na
população que se auto-denomina como preta/negra, ou seja, 29% destes podem ser
considerados analfabetos funcionais, enquanto esse valor é de 23% entre os
pardos e de 14% entre os brancos.
Sobre o Inaf
O Inaf avalia as habilidades de escrita, leitura e
matemática da população brasileira, classificando os resultados em quatro
níveis:
Analfabetos Funcionais:
• Analfabetos: não conseguem realizar nem mesmo
tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma
parcela destes consiga ler números familiares (números de telefone, preços,
etc.).
• Alfabetizados: em nível rudimentar: localizam
uma informação explícita em textos curtos e familiares (como, por exemplo, um
anúncio ou pequena carta), leem e escrevem números usuais e realizam operações
simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias.
Funcionalmente Alfabetizados:
• Alfabetizados em nível básico: leem e
compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo com pequenas
inferências, leem números na casa dos milhões, resolvem problemas envolvendo
uma sequência simples de operações e têm noção de proporcionalidade.
• Alfabetizados em nível pleno: pessoas cujas
habilidades não mais impõem restrições para compreender e interpretar textos
usuais: leem textos mais longos, analisam e relacionam suas partes, comparam e
avaliam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e
sínteses. Quanto à matemática, resolvem problemas que exigem maior planejamento
e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, além de
interpretar tabelas de dupla entrada, mapas e gráficos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário