Em debate realizado pela Comissão de Educação e Cultura
sobre incentivo à cultura negra, nesta terça-feira (21), o cineasta Joel Zito
Araújo afirmou que a atual produção cultural do País nega a diversidade racial
brasileira. Segundo ele, há um “embranquecimento” das telas do cinema e da TV.
Fonte: Agência Câmara
![]() |
Imagem do filme "A Negação do Brasil", dirigido por Joel Zito Araújo |
Essa realidade foi mostrada em dois trabalhos de Araújo:
no documentário “A Negação do Brasil” e no livro “O Negro na TV pública”.
Pesquisas citadas por ele mostram a baixa representatividade de negros na TV e
no cinema e revelam que 90% dos personagens negros são subalternos.
Leia também
O cineasta reclamou ainda da ausência de políticas
públicas para fomentar a imagem justa e equilibrada da população. Ele defendeu
a reserva de cota, nos editais de patrocínio cultural de estatais, para
projetos apresentados por negros.
A ausência no debate da ministra da Cultura, Anna de
Holanda, foi lamentada pela makota (auxiliar direta da mãe de santo ou
sacerdotisa) do terreiro de candomblé Tanuri Junsara, em Salvador, Valdina
Oliveira Pinto. Em tom de desabafo, ela afirmou que atualmente muitos não
negros têm editais aprovados para promover a arte negra.
“Temos que ser o sujeito e não o objeto dessas ações, para
evitar estereótipos e a perpetuação do racismo”, disse Valdina. “Chega de
Pierre Vergers e Carybés da vida”, completou, em referência ao fotógrafo
francês e ao pintor argentino – dois artistas brancos que retrataram a cultura
baiana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário