Por
Leide Franco (@LeideFranco)
Caímos
de paraquedas na vida, essa estada mais que passageira que tanto nos pertence,
mas que ao mesmo tempo vai nos dei-xan-do, lar-gan-do e se sol-tan-do das
nossas escorregadias mãos, num pouco a pouco. É assim que enxergo a permanência
da gente no mundo: algo incrível e volátil; extraordinário e simples. Acordar
vivo é ter um dia a menos e outro a mais, uma adição subtraída.
Começamos
do nada e vamos construindo o tudo da gente. Estamos sempre esperando a vida
melhorar, assim no sentido mais que próprio da palavra. Estamos sempre esperando
mais dos outros – ou talvez menos, o ideal. Qual a medida certa? Não espero
muita coisa. Só quero poder acreditar neles. Acreditar que sempre posso
confiar, até porque aquele que não tem confiança nos outros, não lhes pode
ganhar a confiança.
Mas
quando a gente perde a confiança em quem depositamos esse crédito, resta o quê?
Absolutamente nada, é a reposta mais votada. Quando ela se perde é difícil
recuperar, não volta mais, é como aquele dedo polegar da mão decepado pela
engrenagem de uma máquina.
Tem
uns dias que acredito piamente no mundo; em outros não tenho nenhum rastro de fé,
nem um fio sequer para me agarrar. Uma vez ouvi a seguinte frase: “não espere
nada de ninguém”. Certo, não espero mais, o que vier de surpresa e de bom é
lucro. Que venha! Vem dando certo, mas de vez em quando a gente quer esperar
esperando, acaba cansando.
Viver
é estar nesse meio pé atrás constantemente. A gente confia desconfiando, crê de
orelha em pé com olhos bem abertos e, de repente, puuff: a gente acaba se
decepcionando. Acho que deveríamos sempre esperar, entre as coisas mais prováveis,
uma decepção como resposta dos outros, porque assim seria mais fácil encarar,
redundantemente, o tapa bem no meio da cara que a vida vez por outra dá. É
assim como a morte, entre os fatos mais incertos da vida, é a única e maior
certeza.
A vida soca a mão na nossa cara. Se é pra fazer uma analogia, só tapinha não dói. A vida mete a mão valendo mesmo. E nós escolhemos nos tornar responsáveis ou vítimas. Se eu escolho ser vítima, eu continuo esperando, "expectativando". E me frustrando. E perdendo a confiança. Se eu escolho ser responsável, eu escolho fazer a minha parte. E fazendo a minha parte eu já fiz 50%. Essa é a diferença mágica entre as pessoas a quem tudo parece cair nas mãos e as pessoas que parece ter dificuldade para conseguir tudo.
ResponderExcluirA vida não espera. Então não espere com ela.