Se a escassez de mão de obra no setor de tecnologia da
informação (TI) persistir, o Brasil pode deixar de arrecadar R$ 115 bilhões em
receitas, em 2020, por causa da falta de profissionais. O alerta é da gerente
do Observatório Softex, Virginia Duarte, durante a abertura ontem (3) do Rio
Info.
Agência Brasil
A estimativa se baseia na publicação Software e
Serviços de TI – A indústria brasileira em perspectiva, em que o observatório
faz uma análise do mercado de trabalho de TI, considerando faixa etária, o
perfil do profissional, carreira, condições de contratação, modelo de negócio,
nível de escolaridade e remuneração.
“É um apanhado do perfil do profissional e do mercado”,
disse à Agência Brasil a gerente da Softex, associação gestora do
Programa para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro, do Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação, com foco no desenvolvimento de mercados e em
aumentar a competitividade da indústria brasileira de software e TI.
“O quadro mostra que vai existir uma escassez [de
profissionais] e ela é tanto quantitativa, como qualitativa. Tem a ver com as
competências que se espera do profissional do futuro”, explicou.
Virginia Duarte acrescentou que já existe uma distância
entre os profissionais esperados pelas empresas e o contingente formado nas
instituições de ensino.
De acordo com a gerente, se o quadro não mudar, o déficit
de receitas, em decorrência da falta de profissionais de TI, atingirá R$ 115
bilhões em 2020, levando em consideração valores de 2010.“Isso [déficit] é um
mínimo, só se baseando na escassez do profissional de TI”.
Para evitar o colapso, é necessário dobrar a quantidade
atual de profissionais na área até 2020, tanto de nível superior como de
técnicos. Atualmente, existem um milhão de profissionais contratados
formalmente (incluindo assalariados, sócios e cooperados), desconsiderando o
mercado informal.
A receita média do setor tende a crescer 8,5% ao ano,
excluindo uma possível falta de mão de obra, informou Virginia. Para acompanhar
esse ritmo, estima-se ser necessário crescimento anual de 13% na quantidade de
profissionais dedicados ao desenvolvimento de software e TI. Em
bancos, no comércio e nas telecomunicações, segmentos que usam programas de
computador e TI, a demanda por novos profissionais é da ordem de 5% ao ano.
Diante da dificuldade de captar alunos e interessados nos
cursos profissionalizantes e de nível superior, uma alternativa para evitar a
escassez de mão de obra é a qualificação dos atuais profissionais, aprimorando
as competências do funcionário e os processos internos.
“O foco tem sido muito na tecla de formar gente, no
sentido quantitativo. Essa é uma vertente importante, mas existe outra, que é a
discussão de produtividade e qualidade”, apontou Virginia.
Ela ponderou que melhorar da produtividade pode significar
a demanda por menos profissionais. “É um plano B para você resolver a questão
da necessidade de gente”, disse.
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