Gustavo Bonato - Reuters
O crescimento econômico aliado à preservação dos recursos
naturais foi apresentado por líderes políticos e especialistas como um dos
grandes desafios da humanidade no momento, durante a abertura nesta
quinta-feira do Congresso Mundial da Natureza em Jeju, na Coreia do Sul.
O presidente da Sociedade para Preservação da Vida
Selvagem lembrou que houve avanços desde a conferência da ONU sobre meio
ambiente e desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro em 1992, mas que ainda
há muito espaço para melhorias.
"Muitos de nós viram a conferência como um ponto de
virada, um momento em que o mundo adotou um novo paradigma para o
desenvolvimento", disse Cristián Samper.
"Nós precisamos perceber que crescimento econômico e
justiça social não podem ser alcançados às custas do meio ambiente...Mas, desde
1992, perdemos 300 milhões de hectares de florestas, apenas 10 por cento das
florestas do mundo são gerenciadas de maneira sustentável e o número das
reservas de peixes exploradas acima da capacidade, esgotadas ou em recuperação
aumentou em 33%", disse Cristián Samper.
"Acima de tudo, precisamos reconquistar a reverência
básica da humanidade pela vida ... Essa enorme transformação de mentalidade
pode acontecer apenas por meio da redefinição do que é interesse próprio",
disse o presidente da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN,
na sigla em ingês), Ashok Khosla, durante discurso.
O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, lembrou que
o país começou um plano para "crescimento verde" em 2008 e que 2% do
PIB nacional é destinado ao fomento deste tipo de desenvolvimento. Segundo ele,
neste ano o país adotou o princípio de que preservar a natureza "faz as
pessoas felizes". Ele também defendeu que se estabeleça uma área de
preservação a zona desmilitarizada entre Coreia do Sul e Coreia do Norte.
A IUCN, que realiza o Congresso Mundial da Natureza, reúne
1.200 governos e ONGs do mundo inteiro, sendo considerada a maior organização
global voltada ao meio ambiente.
Governos de países como Estados Unidos, China e Argentina
fazem parte. O Brasil não é membro oficial, participando da entidade com
diversas ONGs, o governo do Acre e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
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