Apresentado no festival É Tudo Verdade, em abril, o
documentário “Tropicália” estreia agora no circuito comercial com 10 salas em
São Paulo e mais 25 em cinemas espalhados pelo Brasil. É o mais completo filme
sobre um dos movimentos culturais brasileiros mais importantes do fim do século
20.
Diário de São Paulo
A Tropicália durou pouco mais de um ano, entre 1967 e
1968, e foi contemporânea das revoluções culturais e políticas que tiveram
epicentros também em São Francisco, Nova York, Paris e Praga.
Rico em detalhes, o “Tropicália”, de Renato Terra e
Ricardo Calil, consegue cumprir a árdua tarefa de combinar entretenimento com
didatismo e as delícias de ter em suas mãos cenas inéditas e trechos raros,
como uma gravação de uma participação de Caetano e Gil em Portugal a caminho do
exílio em Londres, onde viveram de 1969 a 1973. “Nós já não estamos no Brasil e
não há mais o Tropicalismo como movimento”, dizia Caetano no vídeo.
Em 82 minutos, enquanto Caetano Veloso, Gilberto Gil, Nara
Leão, Rita Lee, Gal Costa, Sergio Dias, Arnaldo Baptista, Rogério Duprat
(1932-2006), entre outros, abordam os bastidores culturais que antecederam a
Tropicália, Tom Zé alinhava tudo, em uma palestra lúcida e divertida.
Com a ajuda do roteirista Di Moretti, Machado intercalou
às entrevistas sequências com imagens históricas, a trilha de canções-símbolo
como “Domingo do Parque” (de Gil), “Alfomega” e “Tropicália” (de Caetano), “Bat
Macumba” (de Gil e Caetano) e as belas vinhetas multicoloridas de Gabriel
Bittar.
Mesmo se não alcançar o sucesso de seu antecessor
histórico, “Uma Noite em 1967” (2010), com 70 mil ingressos vendidos, já é uma
alegria prever que ganhará lugar cativo nas bibliotecas.
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