A secretária executiva da secretaria de Enfrentamento à
Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves, afirmou que o maior
desafio do país é tornar os serviços de proteção a mulher institucionalizados
por legislações estaduais e municipais. Segundo ela, esse serviços não podem
ser programas de um governo ou outro, mas sim de uma política nacional.
Agência Brasil
Outro ponto citado pela secretária é a destinação de
recursos para esses políticas. “A Secretaria de Enfrentamento à Violência
contra as Mulheres, da Secretaria de Política para Mulheres (SPM), tem para
este ano R$ 37 milhões em recursos que são distribuídos aos estados mediante
convênios”. Ela afirma que os estados e municípios devem destinar recursos
próprios para os serviços de combate à violência. “Eles [estados e municípios]
não podem sobreviver única e exclusivamente dos recursos federais”.
A rede de enfrentamento à violência contra a mulher no
Brasil conta com aparatos que variam desde o recebimento de denuncias [Ligue
180] ao abrigo de mulheres que correm risco de morte [casas abrigo]. No
entanto, o número de espaço destinados à proteção e ao acolhimento das vitimas
atinge menos de 10% dos municípios brasileiros. Ao todo são 380 Delegacias
Especializadas em Atendimento à Mulher (Deam).
A assistente técnica do Centro Feminista de Estudos e
Assessoria (Cfemea), Leila Rebouças, diz que muitas Deam funcionam de forma
precária e sem equipamentos adequados ao atendimento humanizado. “Muitos
profissionais não tem qualificação adequada para atender essas mulheres. Os
núcleos que funcionam em delegacias normais, são os mais despreparados”.
Leila diz que o momento em que a mulher procura ajuda é delicado
e que essa mulher tem que se sentir confortável e bem acolhida. “Já ouvimos
relatos que em que as mulheres foram mal atendidas e desvalorizadas nas seções
de atendimento à mulher nas delegacias comuns. Esse tipo de situação é
inibidora e não pode acontecer. Os profissionais devem ter preparação para esse
serviço”, diz Leila.
A secretária Aparecida Gonçalves, entretanto, afirma que
as prioridades do governo na destinação de recursos este ano foi para ampliação
dos serviços especializados de proteção e atendimento às mulheres, como a
implementação de novas casas abrigo e centros de referencia, o que não exclui a
preparação de novos servidores. “ Até 2015, a meta do governo é aumentar para
30% o número de municípios com acolhimento a mulheres violentadas”, diz.
A necessidade de formação de novos profissionais ainda é
uma das principais barreiras na ampliação dos serviços de atendimento à mulher.
A coordenadora da Casa Abrigo do Distrito Federal, Karla Valente, alega que os
recursos destinados a preparação e manutenção dos funcionários é insuficiente.
“Atualmente temos 44 servidores, desses 17 são plantonistas. Se mantivermos
outra casa, não teríamos servidores para trabalhar lá”, diz.
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