O vernáculo nos oferece uma definição de uma palavra de
grande valor para suportar as agruras que a vida nos apresenta
– solidariedade: “s.f. Dependência mútua entre pessoas, que leva a se
auxiliarem mutuamente.”
Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor
Sua evidência acontece quando damos uma carona amiga a
estudantes no trajeto de suas escolas, de alguém doente para um hospital, de um
acidentado, de um deficiente, na dor de um amigo, enfim, nos instantes em que
se está carente de algum sentimento ou ajuda.
Por que resolvi levantar esse questionamento? Em razão da
deficiência inexplicável do serviço público na cidade de Natal, pela omissão ou
incompetência das ações da Prefeitura ou Governo do Estado, que não cumpre com
suas tarefas mínimas e básicas, com maior repercussão na saúde, na educação e
na segurança.
Neste domingo, em razão de uma contaminação coletiva de
vírus, convoquei todos os meus filhos para um mutirão solidário para ajuda
mútua aos enfermos, principalmente, aos idosos e crianças da nossa família. A
postos em minha residência, solicitamos a ajuda do médico da família Ricardo
Guedes, clínico geral, que prontamente atendeu o nosso chamamento e, um a um,
foi examinando clinicamente, avaliando a situação e receitando cada indicação
de medicamentos, avaliando os portadores de alergias e debilidade dos
pacientes.
Com a aquisição imediata dos remédios e início de sua
ingestão, tivemos logo o alento de melhoras de alguns, sendo estipulada uma
espécie de “escala” de plantão, permitindo que no turno mais difícil, o
noturno, a situação fosse amenizada, tranquilizando a todos e aliviando a cada
um.
Enquanto isso, nos chegavam notícias alarmantes da
deficiência do atendimento na rede hospitalar oficial e até o aconselhamento de
que não fosse procurada, pelo risco oferecido de mal atendimento e das
infecções que cercam tais estabelecimentos, contabilizando até óbitos. Triste
fim, triste fim, expressão que nos faz lembrar de um mendigo que sempre nos
procurava – “gambalino” e que deve ter falecido, pois já algum tempo não dá
notícias. Ele ao ouvir o canto dos bem-te-vis que habitavam nosso terreiro –
“bem ti vi”, retrucava que as avezinhas estavam debochando dele, entoando o
canto do “triste fim”.
É um tema trivial, mas que reforça a verdade da
importância da solidariedade familiar nos momentos difíceis. Que assim seja e
assim continue “ad perpetua memória”!
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