Os pilotos norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paul
Paladino, que comandavam o jato Legacy que se chocou contra o avião da Gol há
seis anos, serão julgados hoje (15) em Brasília. O desembargador Tourinho Neto,
da Terceira Turma Criminal do Tribunal Regional Federal da Primeira Região
(TRF1), conduz o julgamento, em segunda instância. No acidente, morreram 154
pessoas. Os parentes e amigos apelaram à presidenta Dilma Rousseff para impedir
o risco de impunidade.
Agência Brasil
Em carta enviada no fim do mês passado, a Associação de
Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907 pediu à presidenta que apoie a
causa, assim como ao Ministério das Relações Exteriores e à Câmara dos Deputados.
Em trecho do documento, a entidade também faz um apelo às autoridades
norte-americanas.
O acidente ocorreu em 29 de setembro de 2006 quando o
avião da Gol, que fazia o percurso de Manaus a Brasília, chocou-se com o jato
executivo Embraer Legacy 600. Com o choque, o avião da Gol desapareceu dos
radares aéreos.
Em abril do ano passado, os pilotos foram condenados em
primeira instância pelo juiz Murilo Mendes, de Sinop (Mato Grosso), e
condenados a quatro anos e quatro meses de prisão. Mas o juiz substituiu a pena
por serviços comunitários prestados nos Estados Unidos e a perda do brevê
apenas nesse período.
A Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo
1907 recorreu na tentativa de reverter a pena. A entidade diz que os pilotos
devem ser presos e os brevês cassados permanentemente para evitar que tragédias
se repitam.
Os pilotos norte-americanos também sofreram um processo
administrativo e foram autuados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e
pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). Eles foram advertidos,
pela Anac e pelo Decea, que voaram em espaço aéreo de separação vertical
reduzida (RVSM) sem autorização, desligaram o transponder e o equipamento Tcas
2, impedindo que o avião da Gol percebesse que o jato estava na rota errada e
causaria a colisão.
Parentes das vítimas informaram que, apesar das
advertências, os dois pilotos se mantêm na ativa. Um trabalha na American
Airlines e o outro na Excel Aire.
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