A
igualdade de gênero não é apenas uma questão de direitos humanos, é também uma
saída para a crise alimentar que atinge milhões de pessoas. É o que indica a
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) no informe
“O estado mundial da agricultura e alimentação 2010-2011”, divulgado no último
dia 18.
Fonte:
La Vanguardia*
No
documento, a FAO alerta a alarmante situação da fome por causa do aumento
constante da população mundial e do forte aumento dos preços. “Um em cada sete
habitantes da terra vai para a cama a noite com fome, a maioria crianças e
mulheres”.
Mas,
essa situação poderia ser mitigada se a discriminação de gênero no campo
terminasse. “Se as mulheres tivessem o mesmo acesso aos recursos produtivos que
os homens, poderiam incrementar o rendimento de suas explorações agrícolas em
20 ou 30%. Dessa maneira, a produção agrícola total dos países em
desenvolvimento poderia aumentar até 4%.
Não
se deve esquecer que as mulheres representam 43% da força de trabalho agrícola
nos países em desenvolvimento (até 50% na Ásia oriental e África subsaariana).
O problema, indica o informe, é que as mulheres têm menos acesso aos recursos
produtivos: gerem plantações menores, criam menos gados, têm uma maior carga de
trabalho global (incluindo a grande quantidade de atividades de baixa
produtividade, como recolher lã), utilizam menos crédito e outros serviços
financeiros e têm menor disposição para comprar insumos, tais como fertilizantes,
sementes melhoradas e equipamentos mecânicos.
Para
a presidente da seção Mulheres da ONU, Michelle Bachelet, "se o mundo quer
aceitar o desafio" de erradicar a fome deve investir nas mulheres. A ex
presidente do Chile lembrou que "as mulheres são a arma secreta da luta
contra a fome" porque "elas dão prioridades às crianças e
proporcionam o alimento para a família".
*Tradução:
Vanessa Silva
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