Mariana
Jungmann
- Agência Brasil
Visitar
as cidades que vão receber jogos da Copa do Mundo tem causado preocupação à
senadora Lídice da Mata (PSB-BA). Presidente da Subcomissão Temporária Copa
2014, Olimpíada e Paraolimpíada 2016, Lídice acredita que a conclusão das
arenas não será problema, mas outras questões como a mobilidade urbana e o
controle financeiro das obras estão em risco. “Em todos os estados, as obras de
mobilidade urbana estão andando com muita lentidão”, avalia a senadora, que
visitou cinco das 12 cidades-sedes.
Ela
sustenta que a Copa do Mundo é a “grande oportunidade” de o Brasil voltar a
investir nos metrôs de suas cidades. Além disso, a senadora acredita ser
preciso mudar o foco dos investimentos em transporte e optar por veículos leves
e trens, mas acha que alguns projetos terão que ser priorizados. “Teremos que
rever isso. Temo que a gente tenha um grande gargalo nessa área”, afirmou.
Segundo
ela, há ainda o temor de que as obras saiam mais caras do que o previsto. “Não
temo pelas arenas. Os jogos vão acontecer porque já passou a parte dos atrasos,
das licenças. O que preocupa é o encarecimento das obras”, afirmou a senadora.
Ela
também se preocupa com a pouca atenção que está sendo dispensada às redes de
proteção social para a população mais vulnerável. “Quais as medidas que os
governos vão tomar para inibir a prostituição infantil, o tráfico de drogas, o
deslocamento das pessoas em busca de emprego para os centros onde os jogos vão
acontecer? É preciso pensar nessas coisas”, explicou Lídice da Mata.
Apesar
disso, a presidente da subcomissão disse estar satisfeita com os novos
mecanismos de fiscalização desenvolvidos pelo Tribunal de Contas da União
(TCU). De acordo com ela, antes o TCU recebia projetos e dados sobre a
realização das obras depois que elas já estavam concluídas. “Agora ele está
fiscalizando os contratos de gestão, orientando os tribunais estaduais.”
Outro
ponto positivo apontado por Lídice da Mata é o envolvimento dos estados nos
projetos. Segundo ela, estão surgindo experiências interessantes como a Cidade
da Copa em Recife (PE), a renovação do centro antigo de Salvador (BA) e o
desenvolvimento de um transporte leve parecido com o veículo leve sobre
trilhos, feito com tecnologia exclusivamente gaúcha. “Porto Alegre tem um bom
projeto de mobilidade urbana aliado à tecnologia desenvolvida pelos gaúchos.
Isso é um dado de inovação tecnológica que se acrescente ao legado da Copa”,
apontou.
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