O
Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que os trabalhadores dos
Correios, em greve há 28 dias, voltem ao trabalho a partir de quinta-feira
(13), já que hoje (12) é feriado nacional. No julgamento do dissídio coletivo
pela Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC), os ministros também
autorizaram a empresa a descontar no salário dos grevistas o equivalente a sete
dias de greve e os demais 21 dias de paralisação devem ser compensados com
trabalho extra nos fins de semana. No caso de descumprimento da determinação, a
multa diária estabelecida foi R$ 50 mil.
O
relator do processo, ministro Maurício Godinho Delgado, considerou a greve não
abusiva e sugeriu que todos os dias não trabalhados fossem apenas compensados
com trabalho extra, e não com o desconto no salário dos trabalhadores. Já o
presidente do TST, ministro João Oreste Dalazen, defendeu o desconto de todos
os dias parados. Segundo ele, a legislação determina que a empresa não tem
obrigação de pagar pelos dias em que os serviços não foram prestados, pois a
greve implica em uma quebra de contrato entre empresa e trabalhadores.
No
Rio Grande do Norte, segundo o presidente do SINTECT/RN, Moacir Soares, “estaremos
realizando nossa Assembleia amanhã, dia 13, as 10h, em frente a sede dos
Correios na Ribeira, em Natal e também em Mossoró, onde decretaremos
o fim ou continuidade da greve. Se sair-mos da greve, deverá ser de cabeça
erguida, certos de ter-mos comprido com responsabilidade o nosso papel, mesmo
diante de um cenário muito turbulento de ameaças e de práticas anti-sindicais”.
A
entrega de correspondências e encomendas deve ser normalizada em um prazo entre
sete e dez dias. De acordo com o vice-presidente Jurídico dos Correios,
Jeferson Carús Guedes, a empresa vai organizar escalas de trabalho ao longo das
próximas semanas para colocar as entregas em dia.
Segundo
ele, a situação mais crítica é nas regiões metropolitanas e em alguns estados
como o Pará. Os Correios estimam que cerca de 185 milhões de correspondências e
encomendas deixaram de ser entregues desde o início da greve.
Para
o secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de
Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), José Rivaldo da Silva, as condições
determinadas pelos ministros refletem praticamente a mesma proposta que foi
rejeitada pelas assembleias dos trabalhadores. “A gente tinha uma expectativa
maior, mas quando se fala de uma decisão judicial, não posso dizer se valeu ou
não a pena. O que ficou de recado para os trabalhadores é que é melhor negociar
do que apostar no tribunal”, disse.
Com Agências
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