Mesmo
com uma mulher na Presidência pela primeira vez em sua história, o Brasil ocupa
a 82ª posição no ranking de desigualdade elaborado pelo World Economic Forum
publicado nesta terça (1º/11), logo atrás de países como a Albânia, Gâmbia,
Vietnã e República Dominicana.
Por
Gustavo Chacra, correspondente de O Estado de S.Paulo
A
má colocação do Brasil, que está em último na América do Sul, se deve a um
desempenho extremamente fraco na iniciativa para combater a desigualdade entre
os sexos na economia e na política. Um dos problemas mais graves é a diferença
salarial entre homens e mulheres que exercem o mesmo cargo.
"O
Brasil é um dos piores países do mundo nesta questão salarial. As mulheres
chegam a ganhar metade dos homens em alguns casos para trabalhar na mesma
função", disse ao Estado Saadia Zahidi, pesquisadora do World Economic
Forum responsável pelo levantamento.
Na
política, mesmo com a eleição da presidente Dilma Rousseff no ano passado, o
Brasil também tem uma performance que o coloca fora dos cem primeiros
colocados. Segundo Zahidi, "faltam mulheres em posições ministeriais e
acima de tudo no Parlamento".
O
Brasil é o 103º e 111º colocado quando se leva em conta as mulheres em cargos
ministeriais e parlamentares, respectivamente, em um desempenho considerado
péssimo para um país com uma das maiores economia e democracias do mundo.
O
World Economic Forum também adverte que faltam no Brasil mulheres em posições
de liderança na iniciativa privada, ainda dominada pelos homens, de acordo com
o levantamento.
Apesar
de ter subido duas posições em relação ao mesmo ranking no ano passado, o
Brasil manteve uma posição praticamente idêntica ao levantamento anterior. Mais
grave, o país está bem distante da 67ª colocação de cinco anos atrás, quando
teve a sua melhor performance.
Na
América do Sul, Colômbia, Peru, Paraguai, Bolívia, Venezuela, Uruguai, Chile,
Equador, Argentina estão à frente do Brasil. Os argentinos, com um desempenho
incomparavelmente superior ao dos brasileiros, estão na 28° colocação.
Apesar
da fraca performance para igualdade entre os sexos na economia e na política, o
Brasil ocupa a primeira colocação no ranking na área da saúde, empatado com
vários outros países. Na educação, os brasileiros também lideram quando se leva
em conta a educação secundária, mas despencam para 105ª colocação na primária.
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