Por
Christiane Marcondes*
Mesmo
assim, com seu jeito “manero” o compositor foi conquistando seguidores e se
consagrou para além dos fãs do rap quando fez, de improviso e nitidamente muito
emocionado, uma versão para a música “Cálice”, de Chico Buarque e Gilberto
Gil.
O
vídeo foi para o Youtube e chegou até o velho Chico, que não tem nada de velho,
anda acelerando com os motores ligados a mil e explorando a internet com mais
avidez do que os primeiros astronautas que desembarcaram na lua.
Com
este pique, o Chico retomou uma turnê musical pelo país, após cinco anos fora
dos palcos, e deslumbrou seu fiel “eleitorado” quando abriu o primeiro show da
série, em Belo Horizonte, cantando o rap que o Criolo Doido fez para “Cálice”.
Sabe-se
que Chico tirou do repertório ao vivo essa música e “Apesar de você” há muito
tempo, por serem muito ligadas ao período da ditadura. Mas não causa espanto
ele finalmente retomar o cálice, desta vez servido pelo Criolo Doido, que teve
a sacada de que a música está atualizadíssima com os novos tempos, de PM em
universidade e censura à imprensa, de indignados e indignos. Viva Chico, salve
Criolo, o que parecia quase impossível virou uma parceria de trazer
lágrimas aos olhos. Confiram o diálogo musical da dupla.
O
Cálice do Criolo
Criolo
Doido teve influências de MPB, samba e jovem guarda na composição de seu
primeiro álbum lançado em 2006 e com tiragem esgotada em três semanas. Em
2009, comemorou vinte anos de carreira com o lançamento de um DVD
gravado ao vivo na ''Rinha dos Mc's'' e o lançamento de seu segundo álbum com
influências da sonoridade turca, francesa e jamaicana. Foi indicado
em 2007 a ''Artista do Ano '' e a ''Revelação do ano'' pelo "HUTUZ'' maior
premiação de hip hop no Brasil. Em 2008, recebeu o prêmio de ''Música do ano''
e de ''Personalidade do Ano'' na quarta ediçao da premiação ''O Rap é
Compromisso" em São Paulo. Fundador da Rinha dos Mc's, evento que abriga
em suas atividades semanais shows, batalhas de Freestyle, exposições de
graffiti e fotografia.
O Cálice do Chico para o Criolo
Chico
interpretou um trecho da letra de Crioulo com linguajar da periferia de São
Paulo, incluindo final que diz, "Afasta de mim a biqueira, pai/ Afasta de
mim as biate, pai/ Afasta de mim a coqueine, pai/ Pois na quebrada escorre
sangue".
*Redação
Vermelho
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