Agência
Brasil
As tarifas bancárias, fonte de receita para os bancos e, muitas vezes, motivo
de reclamações por parte dos correntistas, devem ser mais bem conhecidas e
acompanhadas pelos clientes, na avaliação da especialista em defesa do
consumidor da Fundação Procon de São Paulo (Procon-SP), Renata Reis.
Para
pagar somente pelos serviços de que realmente precisa, Renata orienta o
consumidor a definir quais são os mais utilizados, como saques e débitos, e
quantas operações são realizadas por mês. Assim, o consumidor tem como escolher
o melhor pacote de acordo com o seu perfil.
Outra
dica da especialista do Procon é pagar no mesmo momento, no caixa, as contas
como água, luz e telefone. Assim, será realizado um único saque para o total do
débito. Ela alerta para o consumidor que ainda não iniciou o relacionamento
comercial com o banco a não esquecer de pesquisar entre as instituições
financeiras qual oferece o serviço mais adequado ao seu perfil e os preços
cobrados. Ela lembra que a regra, instituída pelo Banco Central (BC), para que
as tarifas cobradas pelos bancos tenham a mesma nomenclatura, facilita a
pesquisa.
Para
os consumidores que já têm relacionamento com um banco, a orientação é procurar
informações sobre o pacote de serviço utilizado e sobre os outros disponíveis
no banco e escolher o mais adequado. “O consumidor deve exigir esclarecimentos,
detalhes sobre o pacote”, aconselha.
A
especialista do Procon lembra ainda dos serviços que não podem ser cobrados
pelos bancos, como até quatro saques no guichê de caixa ou em terminal de
autoatendimento, duas transferências entre contas do mesmo banco e até dois
extratos, por mês, por exemplo. No site do BC, é possível
conferir outras situações em que não podem ser cobradas tarifas e conhecer
melhor as regras que os bancos devem seguir, definidas em 2008.
Quando
as regras não são cumpridas pelos bancos, a orientação de Renata Reis é tentar,
inicialmente, resolver o problema com o serviço de atendimento ao cliente da
instituição. Se mesmo assim não houver solução, o cliente deve procurar o
Procon e o BC.
As
reclamações que chegaram ao BC relacionadas a tarifas bancárias, em setembro,
lideram o ranking no caso específico
de cobrança por serviços não contratados (237 do total de 1.271). Mas, na lista
do BC, as tarifas aparecem em outras situações como as relacionadas a cartões
de crédito, a serviços essenciais e a boletos, por exemplo.
Os
lucros dos três maiores bancos do país com prestação de serviços e tarifas bancárias
somou quase R$ 38 bilhões, de janeiro a setembro deste ano, segundo dados
divulgados nos balanços contábeis do Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Bradesco,
referentes ao terceiro trimestre. Em relação a igual período do ano passado,
quando o lucro com essas receitas chegou a R$ 34,1 bilhões, o crescimento foi
11,4%.
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