Ambos
são os nomes mais usados por aqui, segundo pesquisa; bíblicos ainda são 'tops'
Fábio
Grellet - O Estado de S.Paulo
Quando
a funcionária pública Maria José da Silva, de 69 anos, auxiliar de serviços
gerais em uma estatal, foi ao banco conferir o pagamento, surpresa: não havia
recebido um tostão. Ao reclamar na empresa, descobriu que o pagamento havia
sido cancelado porque, para o sistema de processamento de dados, ela havia
morrido. "Tive de provar que estava viva, com exame médico e tudo",
conta a mulher, hoje aposentada.
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Maria das Graças da Silva levou 6 meses para provar que dívida era de outra. Foto Fábio Motta/AE |
Essa
é uma das confusões de que podem ser vítimas pessoas com nomes muito comuns.
Maria José da Silva é o nome completo mais usado no Brasil, segundo pesquisa
feita pela proScore, empresa de gerenciamento de informações e análise de crédito,
a partir de um catálogo com aproximadamente 165 milhões de Cadastros de Pessoa
Física (CPFs). "Em 2010, existiam 190 milhões de CPFs no Brasil, mas nossa
base de dados reúne só aqueles que estão ativos no comércio", afirma
Mellissa Penteado, diretora de Marketing da proScore.
O
nome mais comum no Brasil é Maria - são 13.356.965, indica a pesquisa. Em
segundo lugar está José, com 7.781.515, pouco mais da metade. "Todos os
nomes mais usados têm origem bíblica", destaca Mellissa. A pesquisa
considerou apenas o primeiro nome, desprezando nomes compostos.
Irmãs. Além da aposentada que precisou comprovar que
estava viva, outras 72.463 brasileiras chamam Maria José da Silva. A maioria
(13.404) mora no Estado de São Paulo. Entre as 4.687 que moram no Rio, está
outra aposentada. "Nasci com o cordão umbilical enrolado no pescoço,
arriscada a morrer durante o parto. Como sobrevivi, minha mãe, que era muito
católica, decidiu me chamar Maria José", conta a mulher, de 73 anos.
Ela
tem mais cinco irmãs - três chamam Maria, com outros nomes compostos, e duas têm
exatamente o mesmo nome: Josefa Maria da Silva. "Para não confundi-las, a
gente chama uma de Zeza e outra de Zita", conta. Josefa, por sinal, é o
31.º nome mais comum no País, a maioria delas (99.545) em Pernambuco.
Por
causa do nome comum, a massoterapeuta Maria José da Silva, de 50 anos, já teve
problemas no médico. "Fiz um exame ginecológico e, quando fui buscar, me
entregaram um de ortopedia. Reclamei que não era esse que havia feito, mas
ainda insistiram que eu estava enganada."
Outras
Marias também narram confusões por causa do nome. "Um dia descobri que
havia um monte de dívidas em meu nome, mas era outra pessoa que tinha o mesmo
nome e copiou meu CPF. Demorei seis meses para provar que aquelas contas não
eram minhas", diz a assistente de operação Maria das Graças da Silva, de
54 anos. Maria Izabel Eva, de 59 anos, diz que apesar de duas irmãs também
chamadas Maria, nunca teve problemas como o nome.
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