Em
2012, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(Unesco) vai lançar um documento com orientações a governos de todo o mundo
para o enfrentamento da homofobia em ambiente escolar. O bullying contra
estudantes LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e transexuais) foi
tema de uma reunião promovida pela entidade esta semana no Rio de Janeiro, com
a presença de especialistas de 25 países.
Agência
Brasil
Os
participantes conheceram experiências de combate ao problema desenvolvidas por
diferentes países e houve o consenso de que a homofobia prejudica o desempenho
de alunos homossexuais e muitas vezes leva a uma trajetória escolar interrompida,
já que o jovem acaba desistindo de estudar por causa das agressões sofridas.
Entre as principais recomendações que vão constar no documento estão a
formulação de políticas específicas para atender esse público, o treinamento de
professores para lidar com a questão e a produção de materiais de combate ao
preconceito contra homossexuais nas escolas.
Nesta
semana, durante evento em Nova York, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban
Ki-moon, disse que o bullying contra crianças e jovens homossexuais é um
problema que ocorre em escolas de todas as partes do mundo. “Ele afeta os
jovens durante todo o caminho para a vida adulta, causando enorme e
desnecessário sofrimento. Crianças intimidadas podem entrar em depressão e
abandonar a escola. Algumas são até mesmo levadas ao suicídio. Isso é um
ultraje moral, uma grave violação dos direitos humanos, além de ser uma crise
de saúde pública”, defendeu.
Segundo
dados divulgados pela Unesco, nos Estados Unidos, mais de 90% dos estudantes
LGBTs dizem ter sido vítimas de assédio homofóbico. Na Nova Zelândia, 98% dos
homossexuais contam que já foram abusados verbal ou fisicamente na escola.
Pesquisa realizada em 2009 pela Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) apontou que no Brasil 87%
da comunidade escolar – sejam alunos, pais, professores ou servidores – têm
algum grau de preconceito contra homossexuais.
O
Ministério da Educação (MEC) estava preparando um kit contra a homofobia que
seria distribuído em escolas de ensino médio. O material continha vídeos e
cartilhas elaboradas por entidades que defendem os direitos da população LGBT.
A produção do material, entretanto, foi suspensa pelo governo
após reclamações de parlamentares da bancada religiosa sobre o
seu conteúdo, que também desagradou à presidenta
Dilma Rousseff.
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