Representantes
da indústria, do comércio e dos trabalhadores decidiram se unir para pressionar
o governo a tomar medidas contra o aumento das importações no Brasil. Em
reunião na manhã desta quinta-feira, em São Paulo, membros da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), da Força Sindical, do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Paulo e das centrais UGT, CGTB e CTB concordaram em
organizar manifestações e preparar sugestões de medidas para elevar a
competitividade dos produtos brasileiro, que deverão ser encaminhadas a
Brasília.
Fonte:
Francine De Lorenzo - Valor
“Será
formado um comitê técnico para avaliar as ações no decorrer da próxima semana e
dia 6 de fevereiro faremos uma nova reunião de cúpula para definir as medidas”,
explicou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, ao término do encontro desta manhã.
“É o descaso do governo que está levando a essa união do setor produtivo”,
ressaltou.
Ainda
hoje, as centrais sindicais discutirão o assunto com Abram Szajman, presidente
da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(Fecomercio). Segundo o presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo
Pereira da Silva (PDT/SP), não haverá greve. “O grande problema da
desindustrialização é câmbio e juros. Se baixar juros e equilibrar o câmbio já
se resolverá uma boa parte da questão”, disse.
Executivos
e sindicalistas não apresentaram detalhes das medidas que deverão ser
sugeridas ao governo, mas destacaram que a geração e a qualidade do emprego é
uma preocupação. “Não é porque o índice de desemprego está baixo que está
tudo bem. Estamos olhando para frente. Se não forem tomadas medidas fortes imediatamente,
teremos um agravamento da situação em 2012. Estamos nos antecipando ao
problema”, observou Skaf, acrescentando que já há registros de demissões na
indústria.
“Estamos
lutando por um trabalho decente. O comércio, por exemplo, tem uma taxa de rotatividade
absurda e, a cada troca, baixa-se o salário. Esse tipo de emprego não nos
interessa”, pontou Ricardo Patah, presidente da UGT.
A
percepção de industriais e sindicalistas é de que o governo não está preocupado
com o setor produtivo brasileiro. "A minha impressão é que o ministro [do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel] tem passeado
demais e feito de menos. Ele está parecendo uma abelha. Quando não está voando,
está fazendo cera”, disse o presidente da Força Sindical.
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